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14 Dezembro 2022 | AutoData semprecedentes nomundo inteiro, cujo remédio aplicado agora é o aumento das taxas de juro. O grande desafio do novo governo será estimular a economia em uma situação em que muitos ainda não recuperaram o emprego ou a renda que tinham antes da pandemia. Não vejo solução para isso em 2023. E qual parte do elefante o senhor julga que conseguiu fatiar? A Anfavea participou da elaboração de medidas de emergência que forambem - -sucedidas, como a edição da Medida Provisória 936 para preservação de em - pregos e renda, bem como a aprovação de linhas de financiamento a pequenas e médias empresas, o que ajudou nossa cadeia de fornecedores. Conseguimos em pouco tempo encontrar soluções para reabrir fábricas e voltar a produzir com padrões de segurança sanitária. Tambémdemos nossa contribuição com doações, manutenção de respiradores e outras ações, todos se juntaram nisto. O estudo O Caminho da Descarboni- zação do Setor Automotivo no Brasil, elaborado pela Anfavea com a BCG, é uma conquista da sua gestão? Foi muito importante, nada parecido ti - nha sido feito antes. Em consenso com todas as empresas associadas consegui - mos mostrar que o setor nem é o maior responsável pelas emissões de CO2 no País, mas cumprirá com sua parte na descarbonização e aponta os caminhos que podem ser seguidos nesta década, com uso combinado de eletrificação e biocombustíveis. Apresentamos este estudo a entidades, imprensa e governo. Creio que com isto ajudamos bastante a balizar medidas que deverão ser to - madas nos próximos anos. Como foi sua trajetória profissional? Comecei muito cedo na Mercedes - -Benz na área financeira, em 1978, ainda fazendo a faculdade de Economia. A maior parte do tempo atuei nas áreas financeiras da empresa, como fiscal, auditoria, planejamento, tesouraria e composição de preços. Algo que me deumuito prazer na minha carreira é que além da minha atividade sempre estive envolvido em algum projeto paralelo. Ajudei nas negociações para construir a fábrica de Juiz de Fora [MG], trabalhei na criação do Banco Mercedes-Benz e do consórcio, na integração com a Chrysler e o fechamento da fábrica de Campo Largo [PR], modelagemde linhas de financiamento para exportações. Em 2013 fui nomeado diretor de relações governamentais, participei do projeto da fábrica de automóveis de Iracemá - polis [SP]. Logo assumi, adicionalmente, a diretoria de comunicação corporativa e exerço ambas as funções até agora. Também continuo na Anfavea, na qual atuo desde 2012 como vice-presidente representante da Mercedes. Após o pe - ríodo na presidência da entidade vol - tei este ano a me dedicar à empresa, na qual tenho muito trabalho a realizar dentro do plano de reestruturação que estamos aplicando. Como o senhor projeta o futuro do setor automotivo no Brasil? A indústria tem futuro no Brasil: temos uma boa base de produção e engenharia, nossos produtos já estão bastante atuali - zados. O grande desafio é a recuperação de volumes, comumolhar tambémpara aumentar as exportações. Outro grande desafio é a transformação tecnológica de descarbonização da indústria que o Brasil precisa acompanhar. “ A indústria tem futuro no Brasil: temos uma boa base de produção e engenharia, nossos produtos já estão bastante atualizados. O grande desafio é a recuperação de volumes.” FROM THE TOP » LUIZ CARLOS MORAES, MERCEDES-BENZ

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