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92 Outubro 2022 | AutoData “Perdemos muito market share este ano por causa da dificuldade de entre - ga. Ou seja: não foi por causa da escolha do cliente mas, simplesmente, por falta de produto. Não fosse isto estaríamos muito melhor posicionados. A intenção é recuperar os 30% de participação no ano que vem.” MAIS COMPETITIVIDADE A Mercedes-Benz também anunciou recentementemedidas para enxugar seus processos fabris e assim aumentar renta- bilidade e competitividade. Isso envolve a decisão de terceirizar atividades como logística, manutenção, fabricação e mon- tagem de eixos dianteiro e transmissão média, ferramentaria e laboratórios. O enxugamento deverá custar 3,6 mil empregos – o equivalente a 35% do efetivo da fábrica de São Bernardo do Campo, SP –, mas Leoncini assegura que a intenção é realocar essas vagas em empresas da cadeia de fornecedores que atuam no ABC paulista. As negociações sobre isso com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC ainda estão em curso. O executivo apontou que não é viável a atual alta verticalização de produção de caminhões de diversos portes: “A ideia é estar preparado para quando o mercado for alto e para quando ele cair. Senão fica difícil manter a empresa economicamente atrativa, principalmente para os acionistas”. O portfólio de produtos também será revisto e a linha Axor, de modelos semipe- sados e pesados, deixará de ser produzida. A ideia é que todas as famílias passem a usar a mesma eletrônica do Actros. “O Axor tinha algumas restrições para fazer essa migração. Então não faz muito sentido manter essa complexidade den- tro da fábrica, com uma eletrônica para 90% dos modelos e outra, antiga, para um modelo específico”, explica Leoncini. O substituto será apresentado na Fenatran, de 7 a 11 de novembro. SEM ESTOQUE DE EURO 5 A dificuldade em obter componentes reduziu a oferta de estoque de transição de veículos Euro 5 que, pela legislação, só podem ser produzidos até dezembro. Com isso não se prevê intensa antecipação de compras, como ocorreu em 2011 na passagem do Euro 3 para o Euro 5: “Pode ser que tenhamos uma surpresa se alguém tiver capacidade de produzir para estoque. Nós não esperamos isso, pois estamos batalhando para produzir o que já temos de demanda, então não sobrará tempo para fabricar nada a mais”. Para ônibus ele vê movimento de pré- -compra de chassis, com frotistas tentando se proteger da alta de preços dos modelos Euro 6. Como a base de comparação é baixa o ritmo de crescimento das vendas deverá ser mantido em 2022, mas em 2023 a queda deverá ser inevitável. O executivo avalia que umponto a favor em 2023 é o fato de o Banco Central ter elevado os juros antes e agora sinalizar queda para o ano que vem, o que ajudará no acesso a financiamentos. Outro alívio pode vir da queda do con- sumo na Europa e nos Estados Unidos, diante da disparada da inflação, alta dos juros e redução da oferta de gás russo por causa na guerra na Ucrânia. Este cenário poderá aumentar a disponibilidade de se- micondutores: “Se estivermos crescendo o fornecedor olhará para o Brasil como uma possível balança para equilibrar sobra de chips por lá. Hoje o fabricante foge da gente, mas poderá passar a bater na nossa porta commódulos. Podemos começar a sentir algo nesse sentido quando o inverno começar e a energia encarecer”. “ Perdemos muito market share neste ano por causa da dificuldade de entrega, não foi por causa da escolha do cliente, foi simplesmente falta de produto.” Roberto Leoncini, vice-presidente PERSPECTIVAS 2023 » MERCEDES-BENZ
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