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89 AutoData | Outubro 2022 “É uma tecnologia que agrega desem- penho ao produto e traz ganhos ao meio ambiente, mas que precisará de um tem- po de amortização dos investimentos da nossa parte e dos nossos fornecedores. Também é provável que o cenário inter- no, mesmo com o câmbio e a inflação mais estáveis, afete o custo de insumos e continue causando reajuste de preços em 2023”. O presidente da Iveco aponta, ainda, que omercado poderá ter diferentes com- portamentos, dependendo de variáveis econômicas e do segmento: “O agronegó- cio e a distribuição urbana, por exemplo, continuarão em destaque, mas o atual cenário eleitoral do Brasil, com um novo governo a partir de janeiro, poderá trazer impactos que ainda não podemos prever em outros segmentos importantes, como infraestrutura e construção civil”. A concessão de crédito, variável de ex- trema importância nomercado de veículos comerciais, segundo a Iveco manteve-se em alta ao longo de 2022: “A Iveco Capital, nosso braço financeiro, deve bater recorde de novos financiamentos neste ano e, para 2023, nossa projeção é que comamelhoria no custo operacional dos clientes o seg- mento continue pujante, com números crescentes de busca de crédito”. Já com relação ao problema de falta de componentes, notadamente de se- micondutores, que afetou consideravel- mente a produção automotiva neste 2022, Querichelli prevê que a restrição de for- necimento ainda trará reflexos negativos para o ano que vem: “É difícil fazer uma previsão de quando este problema terá fim, mas trabalhamos constantemente, junto aos fornecedores, para buscar solu- ções alternativas e manter o atendimento dos pedidos”. CONFIANÇA Com todas essas variáveis à frente a Iveco reafirma seu plano de crescimento aqui: “Estamos passando por um ciclo de investimentos de R$ 1 bilhão que irá até 2025. Temos um portfólio completo de caminhões, dos leves aos extrapesados, “ Provavelmente o setor terá uma queda de produção de 5% a 10%, considerando todas as nossas faixas de veículos comerciais a partir de 3,5 toneladas. Projetamos algo em torno de 140 mil caminhões e 24 mil ônibus.” Márcio Querichelli, presidente uma ampla gama de minibus e chassis para transporte de passageiros e, vale des- tacar, estamos investindo no programa Brasil Natural Power, que tem o objetivo de desenvolver e produzir localmente ve- ículos comerciais movidos a combustíveis alternativos”. Mais: “A produção de caminhões a gás em 2023 deverá impulsionar nossas ven- das emum segmento que tende a crescer. Já temos essa tecnologia disponível na Argentina e no Brasil”. O Brasil Natural Power contempla ini- ciativas da Iveco, em princípio, com veí- culos movidos a gás natural e biometano, mas a empresa promete apresentar novi- dades em breve. A Iveco está acompanhando de perto e participa ativamente das discussões sobre a próxima fase do Rota 2030. Segundo Querichelli a segunda fase do programa terá papel central emdois pontos: primeiro, na agenda de competitividade do setor e, segundo, na criação de condições para acelerar a introdução de novas tecnolo- gias, em especial caminhões a biometano e eletrificados, o que deve acontecer em médio prazo no Brasil, com eletrificação nos segmentos de transporte urbano de carga e passageiros e uso de gás para o transporte rodoviário pesado.

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