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81 AutoData | Outubro 2022 respingar na operação local, que consome peças importadas da Europa. “Uma interrupção adicional de longo prazo nas cadeias de suprimentos glo- bais pode resultar, dentre outras coisas, em aumentos de preços consideráveis, escassez de energia e aumento da in- flação e, portanto, ter efeitos negativos maciços para as empresas europeias e, em particular, alemãs.” OTIMISMO COM O BRASIL Para o Brasil as perspectivas são oti- mistas. Possobom avalia que o cenário econômico começou a dar sinais de es- tabilização, com a manutenção da taxa Selic em 13,75% pelo Banco Central, o crescimento de 1,2% do PIB no segundo semestre divulgado pelo IBGE em setem- bro e a redução da taxa de desemprego. O chefe de operações da Volkswagen do Brasil projeta, também, melhora nas condições do crédito: “Temos visto meses seguidos de alta no índice de inadimplên- cia no financiamento de automóveis. Por outro lado estamos caminhando para uma melhora ou pelo menos uma manutenção de alguns indicadores que influenciam nossa indústria”. Suas projeções acerca do mercado de veículos estão em linha com a Anfavea: 2 milhões de unidades este ano. “Nós da Volkswagen estamos confiantes que o cenário em 2023 será mais positivo.” INVESTIMENTO EM CURSO No ano passado a Volkswagen anun- ciou planos de investir R$ 7 bilhões de 2022 a 2026 no Brasil e na Argentina em novos veículos, digitalização e descarbonização. Recentemente divulgou alguns pormeno- res: quinze lançamentos flex, híbridos e elétricos até 2025 – dois deles já estão nas concessionárias: o Jetta GLI e o novo Polo. Uma das principais apostas da com- panhia para a região chegará ao mercado no ano que vem. O Polo Track, seu novo veículo de entrada, ocupará a faixa demer- cado que hoje tem como protagonista o Gol, cujos preços partem de R$ 76,5 mil. Para produzir o modelo a fábrica de “ Nós da Volkswagen estamos confiantes que o cenário em 2023 será mais positivo.” Ciro Possobom, COO Taubaté, SP, está recebendo parte dos R$ 7 bilhões do aporte, que são aplicados especialmente na introdução da platafor- ma MQB, modular, sobre a qual é possível montar veículos de diversos portes. AArgentina também recebe parte do investimento, que na planta de General Pacheco inclui um programa de locali- zação de peças e componentes do SUV Taos e a atualização da picape Amarok – que na região não compartilhará linhas com a Ford Ranger, ao contrário do res- to do mundo. Também está em curso o projeto de montagem de motocicletas Ducati em Córdoba, dentro da fábrica de transmissões. ELETRIFICAÇÃO Embora não tenha anunciado oficial - mente, também deve integrar no atual ciclo de investimento o desenvolvimen- to de tecnologia para veículos híbridos brasileiros. É no etanol que a companhia aposta suas fichas como instrumento para a descarbonização no País. “Anossa estratégia engloba tecnologias complementares à eletrificação com base em biocombustíveis. No futuro ofertare- mos também veículos elétricos”, informa Possobom. Até o fim do ano, segundo o executi - vo, a companhia inaugura o seu centro de pesquisa de biocombustíveis, sediado na planta de São Bernardo. O local foi defini - do pela matriz como centro global para o desenvolvimento complementar à eletrifi - cação, especialmente para países emque os elétricos ainda deverão demorar a ser maioria das vendas pelo seu alto custo e baixo poder aquisitivo da população.

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