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52 Outubro 2022 | AutoData PERSPECTIVAS 2023 » FABRICANTES DE AUTOPEÇAS OTIMISMO MODERADO NA BOSCH Gastón Diaz Perez, presidente da Bosch na América Latina, faz coro ao otimismo do conterrâneo Delich – ambos são ar - gentinos. Perez, que assumiu o cargo em janeiro, nem imaginava a turbulência que teria pela frente, mas a origeme omercado de atuação contaram a favor ante a crise semprecedentes de falta de componentes. “O mundo está no modo latino-ame - ricano, entra numa crise sem sair da an - terior. Ninguém melhor do que nós para atravessarmomentos conturbados. Temos mais competência para isto. Estamos mais acostumados, mas o mundo fica bastante nervoso com a falta de previsibilidade e o avanço da inflação”, diz Perez. Moderadamente otimista, principal - mente porque o Brasil não terá a depres - são econômica aguardada para Europa e Estados Unidos, o executivo espera incre - mento de 4% nas vendas, acompanhando o setor: “Acreditamos que semicondu - tores que vão de 300 a 40 nanômetros, utilizados por 96% dos nossos produtos na indústria automotiva, seguirão com problemas de fornecimento no ano que vem e essa situação deverá adentrar por 2024. Nos chips menores, de 28 a 14 nanômetros, o fornecimento começa a se normalizar, mas representam 4% do volume. O grosso do problema continua em 2023 e 2024”. O cenário global está favorável à localização de componentes, assinala Perez, o que traz mais controle e mais estabilidade. O conceito de porto seguro é interessante, aponta, pois deixa o País longe de conflitos: “O Brasil está desco - lado da situação que aflige a cadeia de suprimentos mundial. Não depende do gás natural. Não depende do petróleo. Tem 85% da matriz energética renovável que não está sujeita a esses impactos inflacionários. Vamos ter situação muito particular, pois aqui a inflação começa a ser menor do que a europeia, e isto é algo que possivelmente não aconteceu nas últimas décadas. Daqui a pouco a in - flação acumulada em doze meses estará em torno de 6%, 7%. Enquanto a Europa ainda estará com 9% a 10%”. Perez acredita que no ano que vem o PIB poderá crescer de 2% a 3% e que todo esse cenário abre possibilidades para que omundo comece a olhar a América Latina com outros olhos. O índice de localização da companhia, de 48%, encerrará em 50% este ano. Há planos de chegar a 65% ou 70% até 2025. É previsto incremento de 20% sobre in - vestimento feito em2022: “EmP&D, digitali - zação e linha de produção foram investidos 8% do faturamento este ano. Bicos injetores emCuritiba, sensores e bobinas, nova ge - ração de ECP, emCampinas, hidráulica em Pomerode, na Rexor. E esperamos mais no próximo ano”. Divulgação/Eaton “ Se tivéssemos mais capacidade instalada estaríamos exportando mais ainda. Dentro da nossa empresa sempre somos lembrados. Antes só se falava em China e Índia. Agora estamos bem situados no mapa.” Antônio Galvão, presidente da Eaton América do Sul

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