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51 AutoData | Outubro 2022 que diz respeito ao fornecimento de chips. E o contexto global aguardado para o ano que vem poderá favorecer as operações aqui: “As nossas fábricas na Alemanha es - tão sendo afetadas pela crise energética, o que as deixa fechadas e reduz oferta. Mas abre a possibilidade de enviar mais componentes eletrônicos aos Estados Unidos, à China e ao Brasil. Isso cria certa oferta adicional de semicondutores, mas essa distribuição é sempre ponderada pelo lucro que o fabricante de veículos tem no Brasil e no restante do mundo”. CONTEXTO POSITIVO PARA A ZF Outro ponto citado é que, como o PIB tem projeção de alta para 2023, ainda que pequena, fica mais viável apresentar retor - nos à matriz: “Quando mostramos a pro - jeção de crescimento de 2,5% a 2,7% este ano isso é muito bom. E quando falamos que no ano que vem a economia deverá crescer 0,5% temos de lembrar que ela já cresceu quase 3% em 2022. Se olharmos isoladamente não é uma boa projeção, mas ao contextualizarmos, é positivo. Não é número para fazer festa, mas temos de olhar para o contexto mundial”. Embora ainda haja a definição eleito - ral no meio do caminho o executivo não acredita em mudança de projeções, di - ferentemente se fosse em outro país da América do Sul. De forma geral Delich avalia que a evolução tecnológica abre espaço para demanda no Brasil por sistemas e o forne - cimento deles deve se recompor em2023: “Há alguns anos o carro vinha com um ou sem airbag, depois começaram a vir comdois e, hoje, até seis. Comos sistemas eletrônicos também. Tínhamos o freio de estacionamentomecânico que já se tornou obsoleto, você agora puxa o botão e temo freio acionado. E foi a ZF a primeira a trazer isso aomercado. Então não só esperamos crescimento domercado como da empre - sa. Não vemos incremento menor do que 15% no faturamento. Esse será o nosso piso”. A nacionalização, segundo ele, deverá ser mantida na casa dos 65%. Delich relata, ainda, que as exportações estão indo bem e novas oportunidades estão se abrindo. Mesmo com as barreiras impostas à Rússia a venda de embreagens completas para aquele país deve crescer 22% em 2022. Segundo ele tem sido gera - da demanda pela transmissão TraXon por causa da guerra na Ucrânia. “Nós tínhamos reduzido consideravel - mente [embarques] para a Turquia e a Es - panha. Mas agora a Europa temde reduzir a oferta por causa do problema energético. Estamos otimistas não com relação à guer - ramas coma situação que pode abrir janela ao Brasil, que não tem problema de mão de obra nem de infraestrutura energética. É uma questão de oportunidade.” Divulgação/Bosch “ O Brasil está descolado da situação que aflige a cadeia de suprimentos mundial. Não depende do gás natural. Não depende do petróleo. Tem 85% da matriz energética renovável e limpa. Aqui a inflação começa a ser menor do que a europeia.” Gastón Diaz Perez, presidente da Bosch América Latina

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