393-2022-10

46 Outubro 2022 | AutoData PERSPECTIVAS 2023 » MACROECONOMIA Tereza Fernandez, consultora econô- mica que também presta assessoria à Fe- nabrave, tem projeções muito parecidas com as de Renault. Ela prevê que o PIB cresce de 2,5% a 3% este ano e de 0,5% a 1% em 2023. A taxa de juros de 13,75% será mantida e desacelera para 11% a 10,5% no fim do próximo ano, enquanto o câmbio deve ficar na faixa de R$ 5,20 a 5,30. De olho na contratação de tempo- rários de fim de ano Tereza Fernandez acredita que ainda há fôlego para reduzir um pouco mais o desemprego até de- zembro. Para a inflação prevê 5,7% e 5,8% em 2022, lembrando que em setembro, pela primeira vez, foi registrada queda no preço de alimentos. Em 2023 crê que a taxa gire de 4,5% a 5,5%. Divulgação/Scania “ Se olharmos o mundo o Brasil está numa situação melhor, porque os ajustes monetários começaram a ser feitos antes, como a correção de juros.” Tereza Fernandez, consultora Dentre os aspectos que podem ter efeito negativo sobre os preços está a cotação do petróleo. Reunião da Opep e aliados, ocorrida em outubro, decidiu pelo corte de produção de 2 milhões de barris/ dia a partir de novembro, provocando alta imediata. Amedida deve frear a oferta em ummercado que já está apertado, segun- do executivos de empresas de energia. CRISE GLOBAL Além do petróleo pesam sobre as ob - servações também os impactos provo- cados pela retração da economia global, provocada pela alta da inflação seguida da elevação de juros para conter o consu- mo. A Europa já está com desaceleração forte e sofre com a escassez de energia, observa Fernandez: “Passado o inverno veremos uma Europa totalmente des - gastada. O índice de preços ao produtor na Zona do Euro alcançou uma alta de 43,3% em agosto. Se olharmos o mundo o Brasil está numa situação melhor, porque os ajustes monetários começaram a ser feitos antes, como a correção de juros”. Mas de que forma isso causa impac- tos por aqui? A Europa, protecionista por natureza, deve tentar incentivar seus pro- dutores, o que pode provocar queda de preços de commodities agrícolas. Ainda assim Tereza Fernandez não antevê im- pacto tão forte para o Brasil, considerando que o mundo está com estoque baixo de passagem de uma safra para outra e, segundo, porque os fatores climáticos, tanto na China como nos Estados Unidos que sofrem com seca e calor extremos, prejudicam o plantio de soja e milho. “Creio que a China, dado o contingen- te da população, continuará a importar comida, mas a Europa em recessão de - sacelera as importações. Ainda assim do ponto de vista agrícola estaremos bem. Mesmo que caiam as cotações acho que não chega a desmontar os preços. O grande risco no Brasil é climático, mas por enquanto não afetou o agronegócio e a safra esperada é muito boa, acima de 300 milhões de toneladas de grãos e o plantio está indo bem.”

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=