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22 Outubro 2022 | AutoData O preço quem decide é a montadora e nós, da distribuição, não temos domí - nio sobre isso, se sobe, se desce. Sabe- mos que nos últimos anos a indústria sofreu uma pressão forte de custos, com os componentes e o transporte subindo muito de preço. Mas é muito difícil dizer qual a tendência. Espera - mos que já tenha alcançado o patamar de ápice de preço e acreditamos que agora vá acompanhar a inflação, sem correções acima. O serviço de assinatura de veículos vem crescendo bastante, comcada vez mais opções. Na sua opinião é apenas umni - cho ou temespaço para ser umnegócio mais robusto nas concessionárias? Para o consumidor brasileiro o auto- móvel e a casa são dois bens que ele precisa ter. O estadunidense é diferente: ele aluga o carro, ele faz hipoteca da casa, faz leasing, é outro perfil de cabe - ça. Essas ondas vão e voltam: quando o videocassete chegou todo mundo dizia que era o fim do cinema. Ora: eu, na semana passada, fui com a minha esposa ao cinema, mais de trinta anos depois. O que acabou foi o videocassete: o cinema se adaptou. Tudo na vida vai se ajustando, a adesão a esse tipo de serviço, na minha opinião, não crescerá. De toda forma nós, concessionários, es - tamos oferecendo este serviço, se tiver demanda ofereceremos. O papel da concessionária vemmudan- do bastante, especialmente namigração para a eletrificação, a assinatura de veí - culo. A ideia é que ela se torne cada vez mais um local de conveniência? É exatamente isso. Chamamos isso de centro de serviço de mobilidade: nós venderemos mobilidade. Se quiser bici- cleta, tem bicicleta. Assinatura de veícu - lo, tem assinatura. Aconcessionária é um ponto demobilidade: venderemos o que você precisar. O concessionário ainda não está pronto, ele está se preparando para isso, mas alguns desistirão, outros entrarão no negócio. “ O que posso dizer é que a Fenabrave vê um viés positivo para o mercado no ano que vem. Se será 1%, 5%, 10%, não posso dizer agora.” dança da legislação de emissões do Euro 5 para o Euro 6 [Proconve P7 para Proconve P8 a partir de janeiro de 2023]. Com isto os preços devem aumentar pelomenos 20% e a tendência é otimista para o fim do ano e começo de 2023, porque até março será preciso vender todo o estoque de Euro 5 que as em - presas produzirem. E qual o cenário para omercado demo- tocicletas? Aí o que produzir será vendido. O com - bustível está caro e muitos estão trocan - do seus automóveis por motocicletas para economizar. As esperas, atualmen - te, chegam até a sessenta dias emmo- delos de menor cilindrada. Quando o senhor acredita que a situação dos semicondutores deverá melhorar? No ano que vem a produção deverá retomar. Como já disse nosso viés é positivo. Temos uma fábrica de semi - condutores pronta no Brasil, que fica no Interior de Minas Gerais e em um ano, se tudo der certo, devemos começar a produzir chips ali. Claro: o problema não é só o semicondutor, pois a crise atingiu outros componentes, mas essa etapa está chegando ao fim. O preço dos veículos subiu muito nos últimos anos e o carro tornou-se umpro- duto caro para o brasileiro. Há espaço para novos reajustes ou chegamos ao patamar mais alto? FROM THE TOP » JOSÉ MAURÍCIO ANDRETA JÚNIOR, FENABRAVE

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