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18 Outubro 2022 | AutoData mais exportações. Mas tambémprecisa - mos trabalhar como governo para reduzir custos da porta das fábricas para fora. Qual é a projeção do Sindipeças para a produção de veículos no País? Fechamos no terceiro trimestre novas projeções que indicam um leve cresci - mento com relação ao que estávamos verificando no segundo trimestre, quando esperávamos queda. Estimamos cresci - mento este ano de 1,5% na produção de veículos, para 2,3milhões, e expansão de 3,7% em 2023, para 2,4 milhões. O quanto a falta de semicondutores afe- ta a indústria de autopeças? Não afetou muito o nosso faturamento, que cresceu. Nenhuma parada de produ - ção foi causada por fornecedores nacio - nais: foi tudo pela falta de componentes importados. Mas esta dificuldade deve continuar a atrapalhar as montadoras no próximo ano, e não só por falta de semi - condutores, pois temos problemas com outros insumos também, como borracha. Quais desafios a pressão por descarbo - nização traz ao setor? O Brasil tem grande potencial para isso: ninguém tem as fontes energéticas lim- pas que nós temos. Precisamos aprovei - tar este diferencial. Temos o etanol e não precisamos adotar a eletrificação, mas vamos ter aqui todas as opções, biocom - bustíveis, híbridos e elétricos. Também temos a possibilidade de continuar a fornecer componentes e tecnologia de motores a combustão quemuitos países no mundo continuarão a precisar. Em resumo, qual a situação o setor de autopeças em 2023? De maneira geral estamos saindo bem de 2022 e avaliamos que é sustentável manter desempenho parecido em 2023. Mas depende de como se comportará a recessão no mundo e de como será a atividade econômica aqui comumnovo governo. O setor saiu fortalecido dos anos de crise: estamos otimistas. “ Estamos saindo bem de 2022 e avaliamos que é sustentável manter desempenho parecido em 2023. Será um ano promissor, estamos otimistas.” externos estarão em recessão e, assim, não sabemos se teremos demanda para aproveitar o momento competitividade cambial. Ainda assim prevemos novo aumento de 6% nas exportações [para US$ 8,5 bilhões]. Com a crise na Argen - tina tanto fabricantes de veículos como de autopeças precisaram diversificar os mercados externos. Se a demanda desses países continuar alta e o câm - bio favorável poderemos manter ou até aumentar as vendas externas. Com rela- ção às importações: quando exportamos mais também importamosmais e por isto nossas compras de componentes impor - tados crescem 16,6% este ano [US$ 20 bilhões] mas tendema cair em2023 [-12% para US$ 17,5 bilhões], por fatores como a recessãomundial e menor expansão do PIB brasileiro, fimdo ciclo de investimen - to no Euro 6 e um movimento de maior nacionalização feito pelas montadoras. Com isso antecipamos que o déficit da balança comercial de autopeças, que este ano cresceu 13,5% para quase US$ 12 bilhões, poderá cair para US$ 9 bilhões. Como está o processo de nacionalização de autopeças? Existemvárias iniciativas emcurso, como produzir aqui câmbios automáticos. Esta - mos começando agora um trabalho com a Anfavea para divulgar nossas empre - sas para as matrizes das montadoras no Exterior como fornecedores confiáveis, em ummomento de muitas rupturas da cadeia de suprimentos. Isso poderá resul - tar emmais localização de produção de autopeças no País, menos importações e FROM THE TOP » CLÁUDIO SAHAD, SINDIPEÇAS

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