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117 AutoData | Outubro 2022 “No ano passado nossa produção já atingiu patamar maior do que o registrado em 2020 e, este ano, pelo que já produ- zimos e vendemos até agosto, temos a certeza de que, no mínimo, voltaremos ao volume que alcançamos em 2019”, afirma VicenteMarino , presidente da Bridgestone América do Sul. Para além dos volumes, a rentabilidade também está aumentando: “Assistimos a uma crescente demanda, na região, por pneus de alto desempenho”. A filial brasileira e, principalmente, a fábrica de Camaçari, BA, cresceram em importância com a percepção positiva de evolução das vendas, mas também porque em 2020, no início do período da pandemia, a companhia tomou a decisão de reorganizar globalmente sua produção, escolhendo o Brasil como base principal de atendimento do mercado sul-ameri- cano, dedicando investimentos em mo- dernização e ampliação. Os investimentos já somamR$ 970 mi- lhões e foram realizados em duas etapas: a primeira, de R$ 700 milhões, anunciada em meados do ano passado, e outra, de R$ 270 milhões, no início de outubro. Os aportes têm o objetivo principal de au- mentar substancialmente a capacidade de produção da Bridgestone no Brasil de 3,5 milhões de pneus em 2020 para 4,2 milhões já a partir do princípio de 2023. “Este investimento faz parte do nosso planejamento de crescermos de forma sustentada no Brasil, focando nossos esforços na produção de pneus para o segmento premium e para veículos mais sustentáveis, notadamente elétricos e hí- bridos, o que reforça a posição estratégica do País para atender à nova necessidade de negócios globais da empresa.”. EXPANSÃO Inaugurada em 2006 a planta da Brid- gestone emCamaçari emprega hoje mais de 1,3 mil pessoas. A segunda fase da ex- pansão, que será realizada com o novo investimento, gerará mais 126 empregos e incluirá a adoção de novas tecnologias de produção, com a aplicação de conceitos de indústria 4.0 em ambiente digital. Os esforços de ampliação da Bridges- tone obviamente não param pelos lados da Bahia. Sua unidade de Santo André, SP, a primeira no Brasil e que produz pneus para caminhões, veículos de passagei- ros, máquinas agrícolas e máquinas fora- -de-estrada, também foi modernizada e ampliada na última década e continua fazendo parte das discussões internas do planejamento da companhia. “São segmentos importantes domerca- do que não podem ficar de fora do nosso plano de ação”, afirma Damian Seltzer , que no início de outubro foi apresentado como novo diretor geral das operações da Bridgestone no Brasil. OUTROS OLHOS Tanto Marino como Seltzer concor- dam que, com a perspectiva positiva de crescimento da importância do Brasil no contexto internacional, o País tem boa possibilidade de voltar a receber novos e importantes investimentos ao longo dos próximos anos, não só por parte da in- dústria de pneus mas, também, de outros setores da indústria e da economia. A principal razão para essa atratividade são as incertezas que pairam hoje com relação ao futuro do desenvolvimento da China e dos países localizados no Leste Europeu. Marino observa: “O mundo hoje está vendo o futuro do Brasil com outros olhos”. A questão ambiental e de desenvol- vimento tecnológico também têm papel importante no dia a dia da empresa: “Tra- balhamos hoje com aterro zero em nossas quatro unidades no País e nossos laborató- rios, inclusive no Brasil, estão trabalhando duro para em breve colocar no mercado pneus com ruídos mais baixos e compatí- veis com a expectativa dos consumidores dos novos veículos elétricos e híbridos que estão chegando ao mercado”. Mais: “E no futuro, naquilo que cha- mamos de marco 2030, temos metas im- portantes já traçadas como, por exemplo, aumentar de forma substancial o uso de materiais reciclados e renováveis nos nos- sos produtos”.

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