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100 Outubro 2022 | AutoData nhões acima de 16 toneladas vendidos no mercado um foi Volvo. A empresa liderou com folga o seg- mento de modelos pesados no acumu- lado de janeiro a setembro, com mais de 14 mil unidades vendidas e crescimento de 7,3% com relação a igual período de 2021, diante do mercado total em queda de 4,6%. Nos semipesados o desempenho também foi positivo: 3,9mil vendas, avanço de 49,3% na mesma base de comparação, enquanto o segmento, no total, cresceu 4,8%. As exportações também foram pon- to de destaque, embora o Brasil ainda represente a grande parte do volume produzido. Segundo Cavalcanti 86% das vendas foram no País e 14% para merca- dos externos, com Chile e Peru com suas demandas da mineração puxando as ven- das. A companhia projeta que o mercado latino-americano encerre o ano com98mil caminhões acima de 16 toneladas vendi- dos, com a Volvomantendo a participação atual dos 25%. O ANO QUE VEM Para 2023, segundo o diretor, “vemos um mercado total menor no primeiro se- mestre. Teremos volumes significativos, porque o mercado brasileiro é muito gran- de, mas será menor que o deste ano”. Além da tecnologia Euro 6 que au- menta os preços dos caminhões a in- dústria passa, segundo Cavalcanti, por um momento de elevação dos custos das matérias-primas: “Desde o início da pandemia temos enfrentado fortes altas dos insumos, principalmente aço, pneus e semicondutores. Além disso a cadeia logística tem sofrido enorme pressão, com a diminuição de oferta de navios e o con- sequente encarecimento dos fretes. Infe- lizmente temos de repassar parte desses aumentos ao mercado”. Em âmbito regional Cavalcanti enxer - ga cenário nebuloso. Como a demanda da América Latina vem principalmente dos transportadores de commodities um eventual tropeço na economia global, que passa por instabilidade, pode afe- tar o desempenho: “Ainda não sabemos como será o perfil do mercado mundial no ano que vem e qual será o apetite por estas commodities, nem como esse comportamento afetará os mercados latino-americanos”. Aboa notícia vemdos fornecedores de semicondutores: o executivo diz acreditar em cenário de melhor previsibilidade em 2023, mas ainda com problemas em toda a cadeia, embora de forma mais atenuada. FUTURO DO TRANSPORTE Enquanto na Europa os caminhões elétricos Volvo são realidade no merca- do brasileiro o foco é tornar os motores a combustão mais eficientes, segundo Cavalcanti. Evolução já foi vista na linha Euro 6 recentemente apresentada e que começa a ser produzida em Curitiba no primeiro bimestre de 2023: cálculos da companhia indicam que reduz, emmédia, 8% no consumo de diesel. “Eles continuarão sendo por algum tempo a melhor opção para o transpor- tador, enquanto as demais alternativas ganharão mais peso à medida que a in- fraestrutura melhore, com destaque para a eletromobilidade.” De maneira global a Volvo trabalha no desenvolvimento das duas frentes: tornar os motores a combustão mais eficientes e na eletrificação do portfólio com foco em curtas e médias distâncias. No caso das longas distâncias a solução será as células de combustível de hidrogênio. “ Vemos um mercado total menor no primeiro semestre. Com volumes significativos porque o mercado brasileiro é muito grande, mas será menor do que o deste ano.” Alcides Cavalcanti, diretor de caminhões PERSPECTIVAS 2023 » VOLVO

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