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» EDITORIAL AutoData | Agosto 2022 Diretor de Redação Leandro Alves Conselho Editorial Isidore Nahoum, Leandro Alves, Márcio Stéfani, Pedro Stéfani, Vicente Alessi, filho Redação Pedro Kutney, editor Colaboraram nesta edição André Barros, Caio Bednarski, Lúcia Camargo Nunes, Roberto Hunoff Projeto gráfico/arte Romeu Bassi Neto Fotografia DR e divulgação Capa Lightspring/ shutterstock.com (foto) Comercial e publicidade tel. PABX 11 3202 2727: André Martins, Luiz Giadas e Luiz Martins Assinaturas/atendimento ao cliente tel. PABX 11 3202 2727 Departamento administrativo e financeiro Isidore Nahoum, conselheiro, Thelma Melkunas, Hidelbrando C de Oliveira, Vanessa Vianna ISN 1415-7756 AutoData é publicação da AutoData Editora e Eventos Ltda., Av. Guido Caloi, 1000, 4º andar, sala 434, bloco 5, 05802-140, Jardim São Luís, São Paulo, SP, Brasil. É proibida a reprodução sem prévia autorização mas permitida a citação desde que identificada a fonte. Jornalista responsável Leandro Alves, MTb 30 411/SP autodata.com.br AutoDataEditora autodata-editora @autodataeditora Por Pedro Kutney, editor Foco na descarbonização P arece excessivo o peso colocado so- bre os ombros da indústria automotiva como maior culpada pelas emissões globais de carbono e o catastrófico aque - cimento do planeta. Tambémparece equi- vocada a solução empurrada goela abaixo por legisladores, especialmente da União Europeia, para eletrificar todos os veículos e banir motores a combustão no horizonte da próxima década. O mundo desenvolvido aposta na ele- trificação dos veículos, mas eles nem são o maior problema do aquecimento global. O grande vilão das emissões de gases de efeito estufa reside na matriz energética, não na forma como ela é consumida na mobilidade sobre rodas. Nos três maiores emissores do mundo, pela ordem China, Estados Unidos e o bloco de 27 países da União Europeia, a geração de energia responde respectivamente por 76%, 58% e 59% das emissões líquidas de CO2, não compensáveis. De que adianta eletrificar a frota se esta vai continuar consumindo energia gerada a partir de fontes sujas? E quanto mais o número de veículos elétricos crescer, será necessário aumentar aindamais estames- ma geração de eletricidade suja, como as usinas a carvão da China que vão alimentar a maior frota eletrificada do mundo. Esta edição de AutoData aborda este tema e aponta possíveis caminhos para o Brasil, que temmatriz energética muito mais limpa que o resto do mundo. Estão em desenvolvimento no País alternativas que combinam eletrificação com o uso de etanol e outros biocombustíveis, como carros híbridos flex. São soluções rápidas e viáveis, que podem servir de exemplo para boa parte do mundo que não pode pagar pelos caros veículos elétricos. Essas iniciativas podem até expiar a parcela de culpa da indústria automotiva, mas nem de longe resolvem o problema das emissões de CO2 por aqui, onde a maior parte delas vem das queimadas/ derrubadas de florestas e da atividade agropecuária. Descarbonizar é preciso, eletrificar nem tanto assim.
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