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69 AutoData | Junho 2022 nos veículos, são montados no País com quase 100% de componentes importados por grandes fornecedores como Bosch, Continental e ZF, que gastam de 40% a 50% do orçamento de compras com importações, pois não há fornecedores desses itens no Brasil. A evolução tecnológica dos veículos não seguida namesmamedida pela indús- tria nacional se reflete emdéficits bilionários na balança comercial de autopeças do País, que vêm sendo registrados nos últimos quinze anos consecutivos. O pico do saldo negativo chegou a US$ 10,5 bilhões em 2021, resultado de valor de importações acima do dobro das exportações. EVOLUÇÃO VEM DE FORA Empurrados pela evolução da legis- lação brasileira de segurança e controle de emissões, o Proconve criado em 1988, bem como as metas de eficiência energé - tica trazidas pelos programas Inovar-Auto [2012-2017] e Rota 2030 [2018-2032], os veículos produzidos em pindorama tam- bém evoluíram muito em comparação com aqueles de trinta anos atrás, mas são cada vez menos nacionais. Hoje a maioria dos carros tem tudo aquilo que faltava nos anos 1990 e mais um pouco. Airbags, freios comABS e con- trole de estabilidade passaram a ser itens obrigatórios, enquanto câmbios automá- ticos e modernas assistências eletrônicas como frenagem automática de emergên- cia hoje são comuns em grande parte dos modelos vendidos. Contudo, quase todas as evoluções vêm de fora, são importadas, fazendo bai- xar para menos de 70% os índices de na- cionalização dos produtos, emmédia. Ou seja, o País transfere para o Exterior parte significativa da renda do desenvolvimento de seu mercado automotivo. Na mão contrária, apesar da interna- cionalização de boa parte das empresas, nos últimos dez anos as exportações de autopeças brasileiras sempre ficaramabai - xo de 15% do faturamento do setor – o índice chegou ao teto de 23% em 2002 e encostou no piso de 8,6% em 2012. Bo- telho destaca que “sempre defendi que esta indústria só sobrevive se exportar mais de 30% da produção, é omínimo para compensar as inevitáveis importações e variações cambiais.” Divulgação/Bosch Divulgação/Iochpe maxion

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