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53 AutoData | Junho 2022 anos chegou a descer a menos de 1% no fim da década passada. É verdade que muitos esforços foram direcionados para acabar com a má fama da marca no mercado, especialmente após a transição do hatch 206 para o 207, que em terras brasileiras foi depenado de tecnologias para ficar mais barato. Peças caras e pós-vendas deficientes foram al - guns selos estampados na Peugeot, e até hoje ainda há quem fale sobre isso, mesmo com avanços que são comprovados por pesquisas de opinião. Coincidência ou não os rumos daMarca do Leão mudaram a partir da fusão com a FCA e a criação da Stellantis. No primeiro ano debaixo do guarda-chuva da nova corporação a participação de mercado dobrou, de 0,7% para 1,5%. Para 2022 o plano é dobrar novamente, conquistando 3% das vendas. SINERGIAS E CRESCIMENTO “É uma virada importante e bem rápi- da da marca no País”, reconhece Felipe Daemon, chefe da Peugeot na América do Sul . Ele credita o bom desempenho a três fatores: a chegada da Stellantis, as pessoas que formamhoje a sua equipe por aqui e o seu principal produto, o 208, que em mais resultado de sinergias da fusão passa a ter opção de motor 1.0 produzido em Betim, MG – o mesmo Firefly que já equipa carros Fiat –, e assim o hatch passa a brigar em uma faixa consideravelmente maior de mercado. Daemon veio da Fiat – outra sinergia –, uma marca que conhece como poucos os brasileiros. Ele mesmo admite que a fusão deu ganhos à Peugeot, considerada pelo COO da Stellantis para a região, Antonio Filosa, como o próximo ponto de atenção para crescimento da companhia. “A troca de experiência dos mundos apartados da PSA e FCA trouxe ganhos comerciais. E mudou desde a maneira das pessoas agirem até a maneira de operar o negócio. Nossa equipe tem um olhar muito otimista, focado em enxergar mais as oportunidades do que os problemas. Trazem ideias, soluções, é equipe que, Fotos: Divulgação/Stellantis independentemente do nível e da função, abraçou a nova estrutura.” Até na questão da identidade a Stellantis colaborou para encontrar uma solução. Havia, e ainda há, no posiciona- mento de mercado a indicação de que a Peugeot está próxima do segmento pre- mium, por oferecer modelos com índice tecnológico superior e design diferen- ciado. Mas ainda faltava uma calibração melhor, uma forma melhor de passar isso ao cliente: “O 208 era reconhecido como um hatch superior do segmento B mas faltava algum nível de trabalho em cima da competitividade. Neste ponto o novo grupo de executivos foi ágil”. O motor 1.0 Firefly, conhecido por equipar os Fiat Mobi, Argo e Cronos, que em maio passou a compor o portfólio de versões do Peugeot 208, foi no intervalo de menos de ummês o segundo grande exemplo visível aos consumidores brasi- leiros das sinergias proporcionadas pela Stellantis à marca francesa. O primeiro foi umveículo inteiro, também produzido em Betim, o utilitário Partner Rapid, um Fiat Fiorino com emblema da Peugeot, que ampliou a presença da marca no segmen- to de veículos comerciais leves. COM TOQUES DE PEUGEOT O Firefly 1.0 desenvolve no 208 até 75 cv quando abastecido com etanol. Apesar de ser o mesmo, em essência, que equipa modelos Fiat, trouxe algumas alterações para ser aplicado na CMP, a plataforma modular da PSA herdada pela Stellantis. No motor 1.0 do 208 são novos o alter- nador, motor de arranque, conversor, son- da lambda, tensionador e correia dentada, por exemplo. Foram desenvolvidos para o veículo pela equipe local de engenharia da companhia novos sistemas de esca- pe, arrefecimento, chicotes, sistemas de admissão e suspensão do motor. O carro recebeu notaAnas medições de consumo Inmetro. A transmissão manual é a C513 Stellantis, também produzida em Betim e usada por modelos Fiat. O 208, porém, segue seu planejamento de ser um degrau acima de seus concor-

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