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49 AutoData | Junho 2022 que essas empresas não fiquem tentadas a instalar unidades em outras localidades por causa de incentivos. Uma dessas políticas, ele sugere, é fazer rodar os programas de devolução de cré- ditos tributários de ICMS do Estado de São Paulo, acumulados principalmente quando as empresas exportame com isso ganham direito de recuperar o imposto retido nas operações da cadeia: “Antes, quando tí- nhamos uma dor de barriga, batíamos na porta da matriz e eles nos ajudavam. Mas como a crise atual é mundial agora dizem que todos têm problemas e nos lembram que temos aqui de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões emcréditos das montadoras para- dos no governo do Estado, e nos mandam recuperá-lo”. to Econômico do ABC, na época de sua gestão à frente da Anfavea. O programa procura tornar viável a compra por monta- doras de ferramentais produzidos no Esta- do com os créditos de ICMS, que seriam monetizados, em um processo que pode beneficiar muitas empresas instaladas no ABC. Em janeiro de 2019 o compromisso de criação do Pró-Ferramentaria foi assinado pelo então secretário da Fazenda paulista, Henrique Meirelles, mas ainda não saiu do papel. RISCOS REDUZIDOS Adespeito das questões como governo paulista Megale garante não ver risco de saída das quatro montadoras ainda ins- taladas no ABC. Excluindo a Toyota, que já confirmou o encerramento de ativida - des industriais na região até o fim de 2023, Volkswagen, Scania eMercedes-Benz, em São Bernardo, e General Motors, em São Caetano do Sul, devem continuar fixadas no berço do setor automotivo – e podem até crescer. Megale lastreia sua avaliação em ca- pacidade produtiva e cifras. Todas essas multinacionais mantêm suas sedes brasi- leiras e latino-americanas nas fábricas do ABC, têm centros de desenvolvimento de tecnologia nessas unidades e contamcom investimentos em curso. A GM, por exemplo, direciona mais da metade dos R$ 10 bilhões que promete investir no Estado de São Paulo até 2024 para a antiga fábrica de São Caetano, total- mente modernizada para produzir a nova picape Montana a partir de 2023. Na Volkswagen serão R$ 7 bilhões na América Latina até 2026, que incluem o Centro de P&D de Biocombustíveis na icô- nica planta Anchieta. Na Mercedes-Benz este ano será con- cluído ciclo de investimentos de R$ 2,4 bilhões para finalizar a transformação da fábrica de São Bernardo com instalação de processos da indústria 4.0 – desde 2018 estão sendo instalados processos de produção digitalizada na unidade –, e lá será produzido ainda este ano seu primeiro ônibus elétrico no País. O executivo citou três programas por meio dos quais é possível recuperar es- ses recursos em troca de investimentos no Estado: Pró-Veículo, Pró-Ferramentaria e Pró-Ativo. Se estivessem rodando essas iniciativas irrigariam todo o setor. A Secre- taria da Fazenda de São Paulo informa que os projetos apresentados pelos setores automotivo e de ferramentaria estão em fase final de avaliação, com previsão de conclusão “em breve”. Com relação ao Pró-FerramentariaMe- gale lembrou que o programa foi criado a váriasmãos naAgência deDesenvolvimen- Foto: Ari Paleta Foto: Gisele Yamauchi

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