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56 Abril 2022 | AutoData TECNOLOGIA » FLEX FUEL completo do poço à roda, que inclui o plantio e acolheita da cana, seu processa - mento, transporte e distribuição, além do uso nos veículos, um veículo alimentado exclusivamente com a gasolina brasileira, com 27% de etanol anidro, emite 131 gra - mas de CO2 por quilômetro contra apenas 37 g CO2/km abastecido integralmente com o etanol hidratado de cana. Esse valor é menor do que ummodelo elétrico a bateria na Europa, que alimenta - do pela matriz energética atual da região emite 54 g CO2/km – e emitiria 35 g CO2/ km se usasse a energia mais limpa gerada no Brasil, 64% a partir de hidrelétricas. O híbrido flex, como o Toyota Corolla já pro - duzido no País desde 2019, apresenta a melhor relação de eficiência: abastecido só com etanol tem emissão de 29 g CO2/km. Para o Brasil, portanto, é mais eficien - te investir em políticas para aumentar a produtividade das plantações de cana, já bastante elevada, diga-se, e estimular o maior uso do etanol nos modelos flex fuel, atualmente utilizado apenas em de 30% a 35% dessa frota, que já encosta em 40 milhões de veículos bicombustível vendi - dos no País desde 2003. Para o Brasil emuitos outros países que não têm as mesmas condições financeiras para incentivar a eletrificação das frotas será fundamental explorar a via alternativa do etanol e outros biocombustíveis para atender aos compromissos de redução de emissões de CO2 firmados na COP 26, a 26ª Conferência das Nações Unidas so - bre Mudança do Clima, realizada no ano passado em Glasgow, Escócia. No caso brasileiro o compromisso é reduzir em 50% as emissões até 2030 e zerá-las em 2050. O que avalia João Irineu Medeiros, di - retor de regulação do Grupo Stellantis?: “Chegaremos a um momento em que o pênalti por usar combustíveis fósseis será tão grande que superará qualquer custo maior de biocombustíveis ou combustíveis sintéticos. Ninguém conseguirá chegar inteiro a 2050 sem essa alternativa”.

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