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12 FROM THE TOP » CLÁUDIO SAHAD, SINDIPEÇAS Abril 2022 | AutoData Nas empresas grandes há muitas pes- soas para fazer uma única função, e nas PMEs há muitas funções para uma única pessoa. Não dá para ficar sem o trabalhador um, dois, três dias. Neste formato incompany são algumas ho- ras e a pessoa está lá, pode sair um momento se for solicitado e voltar. E passamos a reunir várias pessoas de empresas próximas, da mesma região. Além disso a pandemia nos fez apri- morar o ensino à distância, que agora ocorre inclusive à noite. É o suficiente para melhorar a compe - titividade das fabricantes nacionais de autopeças? Não. Precisamos melhorar o ambien- te de negócios, e aí dependemos dos governos. Precisamos de uma reforma tributária, e isso não vai sair da nossa pauta. Há também a redução do custo Brasil, que a própria reforma ajudará diretamente. O Banco Mundial faz um estudo a cada quatro anos e é triste observar que o Brasil só piora no ranking mundial de competitividade. Uma em- presa brasileira gasta hoje dez vezes mais tempo para apurar impostos do que uma equivalente na Europa ou nos Estados Unidos. É muito complexo. A Receita Federal solta instrução norma- tiva todo dia. Uma empresa, mesmo a pequena, precisa de um contingente de pessoas trabalhando na área fiscal e tributária, mais uma auditoria exter- na e mais uma empresa que a atualize da legislação. Não estamos pedindo redução da carga tributária, mas sim da burocracia. “ É melhor ser dono de uma parte de uma empresa vencedora do que ter 100% de uma empresa que não tem dinheiro para comprar matéria-prima” “ Não tivemos nenhum impacto de fornecimento local: o que há hoje de falta de componentes é o que vem de fora.” mundial nunca passou por ummomen- to tão disruptivo. São muitas mudanças tecnológicas que exigem adaptação das empresas, como Indústria 4.0, di - gitalização, IA, Internet das Coisas... o Sindipeças hoje tem uma visão muito especial para as pequenas e médias empresas, os tiers 2 e 3, que inclusi- ve são a maioria dos associados, dois terços do total. São os fabricantes de componentes, e sem eles a indústria não para em pé, teria que importar tudo. O papel do Sindipeças é, em primeiro lugar, prover informação a elas. Essas empresas têm que estar cientes das mudanças que estão acontecendo, é um trabalho de sensibilização, de mos- trar que se não se adaptarem não terão competitividade, não conseguirão me- lhorar sua produtividade. E terão que trabalhar duro nisso. Depois, em um segundo momento, provermos con- dições para isso, e aí entra o Instituto Sindipeças de Educação Corporativa, criado ainda na gestão do Paulo Bu- tori para ajudar essas empresas a se qualificarem. Esse programa só atende às PMEs do setor? Ele foi criado pensando nelas, mas hoje atende também às grandes. Conse- guimos trazer qualificação com um valor bem mais acessível e de formas mais interessantes. Os treinamentos incompany, por exemplo, nos quais o instrutor vai à empresa. Um problema das PMEs é não conseguir abrir mão de um funcionário por um dia inteiro.

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