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51 AutoData | Dezembro 2021 o que traz ao País a oportunidade de se tornar protagonista no desenvolvimento de novas tecnologias”. Mas, ainda assim, “há muito a ser feito, por isso é fundamen - tal contarmos com políticas públicas que olhem para o futuro, para que o Brasil não fique de fora do protagonismo que ainda pode ter. É importante para que possamos ter segurança sobre o que acontecerá, ter a certeza de que o investimento que a indústria está fazendo gerará resultados para todos, para o País, para a sociedade. Há uma possibilidade de assumirmos a liderança regional. Nosso potencial precisa ser mais bem explorado”. Isso inclui, na visão de Bonini, um pro- grama de renovação de frota – o que, por seus cálculos, ajudaria a reduzir custos anuais do governo com desdobramentos da frota envelhecida que hoje chegam a R$ 62 bilhões. Sílvio Munhoz, diretor de vendas da Scania, e Sérgio Pugliese, diretor de ven- das da Volkswagen Caminhões e Ônibus, disseramver de forma positiva a repercus- são junto ao governo federal sobre novas tecnologias para o segmento, como os veículos elétricos. Mas, ponderaram, é preciso mais do que isso: “Faz-se necessária uma sinalização concreta de que os combustíveis alter- nativos são a direção a ser seguida”, avaliou Munhoz. “Não estamos pedindo grandes incentivos, mas pequenos gestos que di- ferenciem estes modelos de tecnologia daquelas de veículos movidos a diesel.” Pugliese citou como exemplos de aju- da para popularizar novas tecnologias de propulsão possíveis tarifas mais baixas em pedágios, desconto no IPVA e investimen- tos em infraestrutura. Ambos destacaram a linha do Finame com taxa especial para veículos verdes, que ainda não é muito conhecida no mercado. OTIMISMO NOS ÔNIBUS O segmento de ônibus está otimista para 2022. A expectativa de crescimento foi repartida por todos os participantes do FórumAutoData, desde executivos de em- presa fabricantes de chassis e carrocerias até dirigentes da Fabus, associação que representa o setor. Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz, estimou mercado de 18,2 mil unidades no ano que vem: “Esperamos uma renovação de frota necessária para urbanos e rodo- viários, grandes volumes do programa Caminho da Escola e pré-compra antes do Euro 6”. Paulo Corso, diretor da Caio Induscar, atestou que “no fim deste ano e em 2022 a demanda estará aquecida. Todo mundo quer viajar e os ônibus terão grande pro- cura dados o preço da gasolina e o das passagens de avião, alémda alta do dólar”. O diretor de vendas da VWCaminhões e Ônibus, Jorge Carrer, porém, lembrou que “a cadeia de fornecimento foi muito atingida nos últimos meses e este cenário deverá continuar no ano que vem. Temos problemas com semicondutores e dese- quilíbrio em toda a cadeia e na logística das entregas”. Ruben Bisi, presidente da Fabus, enti- dade que representa as encarroçadoras de ônibus, citou dificuldades na cadeia en - volvendo componentes como pneus, aço e alumínio: “Cada dia surge um item novo. Espero que essa situação se regularize ao longo do ano que vem para que seja pos- sível uma forte recuperação do mercado interno e também das exportações”. PauloArabian, diretor comercial da Vol- vo, disse que a demanda estará presente, e que, por isto, as empresas e sua cadeia de fornecimento precisarão se organizar “ Há uma possibilidade de assumirmos a liderança regional. Nosso potencial precisa ser melhor explorado.” Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea

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