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98 Outubro 2021 | AutoData fatores é que dará o tomde 2022, entende Cavalcanti: “Será mais um ano de desafios, ainda que com um cenário mais positivo, diferente de 2020, quando não sabíamos nem se haveria vacina e quando pode- ríamos sair de casa. Deverá ser um ano bom, talvez com crescimento, não se sabe de quanto. Talvez fique bem próximo ao resultado de 2021, ou um pouco melhor”. Há, porém, outras preocupações cor- rendo por fora, como o início da entrada emvigor dos níveis de emissão Euro 6 em janeiro de 2023: “Isso certamente deve gerar um aumento de custo, é uma tec- nologia importada e mais sofisticada em termos de pós-tratamento. Por conta disso alguns frotistas já estão se movimentando para renovar a frota desde já”. O executivo alerta: “Precisamos tomar cuidado para não provocar omesmo efeito da passagem do Euro 3 para o 5, quando houve uma antecipação de compra muito violenta e no ano seguinte omercado ficou praticamente parado por seis meses”. Mas lembra que o cenário ali, em 2011, era dis- tinto, com dúvidas sobre a disponibilidade do diesel S-10 nas bombas e do Arla 32, algo que não mais existe hoje. Segundo Cavalcanti em termos de custo o Euro 6 provocará acréscimo de até 15%: “O quanto disso chegará ao preço final dependerá de vários fatores, como o próprio mercado e a disponibilidade dos sistemas pelos fornecedores, pois o produto é importado e são poucos os fabricantes. Ao longo do tempo isso vai se acomodando, mas certamente haverá um impacto inicial mais forte”. Outro tema que preocupa é a cadeia de fornecimento. Para o executivo não haverá normalidade completa na oferta de semicondutores até 2023: “Isso pode gerar novas limitações na oferta”. Além disso há questões envolvendo borracha e aço, estes a partir de fornecedores nacio- nais e com preços muito altos, segundo o executivo. Por outro lado, ao menos no caso par- ticular da Volvo, 2022 terá oferta de novos modelos, o que sempre ajuda a embalar as vendas: as versões atualizadas de FH, FM e FMX entram em produção na fábrica de Curitiba, PR, neste outubro. O lançamento integra ciclo de investimento de R$ 1 bilhão que se encerra justamente em 2022. O FH ganhou novo conjunto ótico e nova grade frontal, além de mais telas multimídia, itens de segurança e redu- ção do número de frestas na cabine para melhorar o desempenho aerodinâmico. Os FM e FMX têm cabines maiores. Uma nova versão do sistema i-See, que executa a escolha das marchas por meio de análise do terreno por onde passa o caminhão, também está no pacote. Segundo Cavalcanti o novo sistema, somado aos aperfeiçoamentos aerodinâ- micos, proporciona economia de até 5% no consumo do combustível dos novos modelos. “ 2022 deverá ser um ano bom, talvez com crescimento, não se sabe de quanto. Possivelmente fique bem próximo ao resultado de 2021, ou até um pouco melhor.” Alcides Cavalcanti, diretor executivo de caminhões PERSPECTIVAS 2022 » VOLVO

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