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94 Outubro 2021 | AutoData M esmo em meio a tantas tormen- tas, sejam políticas, sociais, eco- nômicas e industriais, a indústria brasileira de caminhões mostrou resistência em 2021 e fechará o ano com um expressivo crescimento com relação a 2020, apesar dos volumes reduzidos do ano passado pela fase mais aguda da pandemia da covid-19 e suas restrições ao varejo e à mobilidade. Isso mostra, segundo Roberto Cortes, CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, que há uma blindagem na questão eco- nômica pelas incertezas políticas, apesar de haver, sim, ainda certa influência do cenário turbulento político nas condições macroeconômicas do Brasil. “No passado qualquer instabilidade, fosse aqui ou lá fora, parava o País. Agora passamos por uma fase aguda de incer- teza institucional e os negócios seguiram crescendo. Acredito que a tendência é de estabilidade na política: as instituições se mostraram fortes.” Com relação à economia o impacto foi maior no câmbio, como real desvalorizado além da conta por causa da instabilidade política. Isso gera efeito na inflação e, por consequência, nas decisões do Banco Central com relação à taxa Selic, elevada para ajudar no controle dos aumentos de preços. Aperspectiva é de manutenção destes pontos de atenção em 2022, com umpos- sível alívio na pressão inflacionária, avalia o executivo: “Acompanhando as últimas divulgações do IGP-M, o índice que sina- liza melhor a inflação das matérias-primas, começamos a ver uma acomodação, re- tornando a subidas mais graduais mês a mês. Este ano a inflação oficial, do IPCA, deverá fechar na casa dos 8%mas em2022 a tendência é ficar na metade”. O que mais preocupa a indústria é o descompasso na cadeia produtiva. Em- bora caminhões e ônibus utilizemmenos semicondutores do que veículos leves a Por André Barros Avanço em tormenta Para a VWCO mercado de comerciais crescerá no ano que vem e temas como semicondutores e energia pedem mais atenção do que instabilidade política e inflação PERSPECTIVAS 2022 » VWCO Divulgação/VWCO