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93 AutoData | Outubro 2021 Scania: “Talvez 2021 fosse um ano histórico não fosse a escassez de alguns subcom- ponentes”. De fato, as vendas de caminhões até setembro configuram o melhor resultado desde 2014, com 95,3 mil unidades. O executivo aponta que há, ainda, de- safio extra, mas muito celebrado: o Euro 6. Avalia que para o ano que vem, com o início da transição de motorização, como a indústria é tradicional, boa parte dos clientes preferirá antecipar compras. O que vai ajudar a Scania, entende, é ser o único fabricante que produz o mesmo produto no mundo inteiro: dessa forma terá mais ferramentas para driblar o dólar alto e eventuais quedas no mercado local com exportação, cujo porcentual é revis- to mensalmente, garante Podgorski. Três anos atrás, quando o rescaldo da recessão de 2015/2016 persistia por aqui, 70% da produção era exportada. Hoje, são 35%, sendo 20% para a América Latina. Mas pondera que o sistema de produ- ção global faz com que a falta dos semi- condutores tenha impacto maior, devido à alta tecnologia. No caso da Scania são necessários de duzentos a trezentos deles por veículo. Aempresa iniciou ciclo de investimento local de R$ 1,4 bilhão em 2021, que terá continuidade no ano que vem e até 2024 com diversas novidades para a planta de São Bernardo do Campo, SP. Os recursos têm como maior novidade a instalação de centro de desenvolvimento tecnológico, revelou Podgorski. “Somos a única unidade da Scania fora da Europa com um braço de pesquisa e desenvolvimento e isso tem muito a ver com as novas tecnologias. O centro é mo- dular e uma parte já está em operação para as atividades Euro 6. O segundo mó- dulo é para as novas tecnologias, como eletrificação e veículos autônomos.” Podgorski também conta que algumas unidades de veículos elétricos já estão a caminho do Brasil a fimde serem testados, aprovados e validados: “Teremos de fo- mentar novas parcerias, como já estamos fazendo com o veículo a gás. A jornada já começou, mas vai se maturando ao lon- go dos próximos meses. Não ficaremos para trás”. E a ideia dessa jornada é começar pe- los ônibus. O investimento também incluiu novo centro logístico, antes instalado emMauá, SP, e a construção de estação de trata- mento de efluentes, que estará em pleno funcionamento em abril: “Nosso processo produtivo consome 85 milhões de litros por ano e vamos reduzir o consumo em 85% com água de reuso”. Os caminhões a gás venderam duzen- tas unidades este ano no País e 660 na América Latina. Para 2022 o plano é dobrar esse volume. O aporte também prevê o aumento de capacidade de produção des- ses veículos, o que inclui versão de ônibus. Além da Comgás, para elevar a oferta de combustível desses veículos, o CEO busca parcerias compotenciais produtores de biometano, que poderá ser utilizado com a mesma infraestrutura do GNV tanto no veículo quanto no posto: “Isso émágico. Fechar o círculo de carbono e a economia circular nos empolgam, e são coisas que só o Brasil pode proporcionar”. “ Estamos usando nossa capacidade máxima de produção. Em 2022, até onde podemos enxergar, tudo indica que continuaremos assim.” Christopher Podgorski, presidente das operações Brasil e América Latina

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