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9 AutoData | Outubro 2021 Arquivo pessoal MAIS UM PIONEIRO QUE SE VAI 4 No início dos anos 90 José Edgard deu outra direção à sua vida, passou a morar nos Estados Unidos e sua família anterior ficou com a direção da concessionária Chevrolet Pereira Barretto, localizada na Zona Sul da cidade, na avenida Marginal do rio Pinheiros, do lado de cá do Centro Empresarial. Viveu na Virginia e em Orlando. Em Boca Ratón, Flórida, foi o dono, lá também pioneiro, da primeira concessionária de veículos local, a clássica Boca Classics, e ao longo dos anos acelerou sua presença nos leilões de veículos realizados na região. Desde o início da AutoData Editora, desde nossas primeiras conversas para definir o que seria, Zé Edgard foi um nosso ativo apoiador e um de nossos primeiros doadores – uma doação fantástica para a época na forma de uma máquina de fax, que custava fortuna. E durante alguns anos, quando a situação financeira nos ameaçava, tínhamos sempre a fax como garantia, graças ao Zé – e isto sem falar nos anos de bons serviços de comunicações que nos prestou. MAIS UM PIONEIRO QUE SE VAI 5 Num certo período AutoData pretendia dispor de algum tipo de presença, e atividade, nos Estados Unidos. Para dirigi-las nomeamos José Edgard vice-presidente para nossas operações norte-americanas. As circunstâncias não foram favoráveis mas durante alguns anos nossos leitores receberam informações de lá em sua coluna fixa, produzida por sua mente conhecedora dos interesses dos leitores, geralmente profissionais inseridos no setor automotivo. Neste século alternou residência nos Estados Unidos e no Brasil, buscando acompanhar o melhor para os estudos de Luciana, graduada em Economia pela Universidade de Chicago. Retirou-se da vida dos negócios há alguns anos, e dedicou-se à família e aos muitos amigos. Deixa exemplos de caráter e de amizade fraterna. SEMI-NOVOS Zé Edgard era favorável à importação de veículos usados, proibida em 1991, desde que na condição de semi- novos comprovados e garantidos, o que faria baixar a idade da frota e elevaria sua qualidade tecnológica. Falamos disso em nosso último encontro pessoal, às vésperas do início da pandemia. Um ano e meio depois anuncia- se projeto de lei em trâmite na Câmara dos Deputados que libera a importação de usados cuja única restrição é o padrão de poluição do ar, que tem que obedecer à legislação vigente por aqui. O projeto nada limita ou impõe com relação à segurança, passiva e ativa. Por sorte parece que seu destino é o arquivo, por inconstitucional.

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