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87 AutoData | Outubro 2021 a partir de 2017, volta a crescer até 2020, quando encontra a pandemia: “Devemos retornar ao patamar de 2014 em 2022, quem sabe até superá-lo, e continuar avançando de 2023 em diante”. Há riscos, é claro, como eleições e inflação, que devem, entende, gerar tur - bulência, mas ele não acredita que de forma tão representativa a ponto de in- verter essa tendência de crescimento: “Só se acontecer algo mais severo na China ou coisa do gênero, mas não vemos nada agora nesse sentido”. Querichelli diz que a Iveco é “muito bem estruturada” para enfrentar a crise energética: “Não acreditamos que deva causar transtorno a ponto de interromper a operação, mas em todo caso temos pla- nos B e C já desenhados caso aconteça”. Segundo o executivo no universo particular Iveco não há mais como aten- der pedidos esse ano, e os volumes de vendas já colocados em 2021 estão pró- ximos a completar a produção agenda- da para o primeiro trimestre do ano que vem: “Temos duas linhas de produção ativas, sendo que a dos pesados já está rodando em três turnos” – no início des- se ano a empresa contratou oitocentos funcionários. Ele admite também uma dificuldade com os semicondutores, assim como outras empresas do segmento: “Está gerando transtornos para todo mundo. A demanda aumentou brutalmente e há vários gargalos na cadeia, e não só pelos semicondutores. Mas temos uma área de planejamento muito boa, que nos ajuda a enfrentar a situação. A programação de produção é antecipada em seis a nove meses, o que ajuda o fornecedor a aten- der os pedidos da melhor forma possível”. A entrada em vigor do Euro 6 no início de 2023 igualmente causa preocupação: “Uma antecipação acontecerá, é algo normal. Do ponto de vista de mercado costuma gerar uma variação de 15% a 20% de um ano para outro, para cima e depois para baixo, o que deve se repetir, sendo que nos leves já em 2022, pois as novas normas para eles já começam a valer a partir deste janeiro. Será um jogo de xadrez que variará muito de empresa para empresa”. Ele calcula que a mudança tecnoló- gica de um passo a mais na regulamen- tação de emissões deveria representar normalmente um acréscimo de 5% a 7% nos custos, mas agora, pelo aumento dos preços das matérias-primas envolvidas, a conta ficará muito mais complexa: “Só o aço aumentou 100%”. Novidade certa para 2022 pelos lados da Iveco é a consolidação da nova estru- tura global da companhia, prevista para ser concluída ainda no começo do próximo exercício. Com ela nasceu o Iveco Group, uma cisão da CNH Industrial, separada em on e off road. O Iveco Group – o nome Iveco vemde Industrial VEhicles COrpora- tion – será formado por oito marcas: Iveco, FPT, Iveco Bus, Heuliez, Iveco Defense, Astra, Magirus e Iveco Capital. “ Estou muito otimista e não só com o ano que vem, mas também com os próximos três, quatro, cinco anos. Precisamos disso. Temos uma demanda reprimida que já existia antes da pandemia.” Márcio Querichelli, presidente para a América do Sul

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