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8 LENTES Outubro 2021 | AutoData Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br MAIS UM PIONEIRO QUE SE VAI Falência geral dos órgãos nos levou José Edgard Pereira Barretto Filho no início da madrugada da segunda-feira, 27 de setembro. Foi pioneiro da indústria da fabricação de veículos na Vemag, vice-presidente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, presidente da Abrave, entidade que antecedeu a atual Fenabrave, e presidente do Sincodiv SP, o sindicato dos distribuidores de veículos no Estado. Mais: integrou a primeira diretoria da Covesp, a Associação dos Concessionários de Veículos de São Paulo, antecessora da própria Abrave. Foi um fraternal amigo e apoiador da AutoData Editora. MAIS UM PIONEIRO QUE SE VAI 2 Tinha 87 anos e deixou a esposa, Neire, a filha Luciana, e amigos e admiradores como eu e como nós, da AutoData Editora, e pioneiros como ele e contemporâneos de várias gerações. Do primeiro casamento deixou José Edgard, Stella Maria, Renato (in memoriam), Maria Graziella e Fábio, quatro netos e um bisneto. Tavares de Miranda, vivo, diria que José Edgard descendia de tradicionais troncos fluminenses e paulistas desde antes da abertura para o café no Vale do Paraíba, a partir de Vassouras, RJ, e, depois, na Região da Mogiana. Seus ancestrais ligados à terra vieram do Vale do Paraíba para a Mogiana, onde mantiveram fazendas em Cravinhos, nas beiras do rio Mogi Guaçu, perto de Ribeirão Preto, SP. E também se dedicavam ao comércio e à política, como José Edgard Pai. MAIS UM PIONEIRO QUE SE VAI 3 Desde jovem José Edgard Filho foi atraído para o mundo da produção de veículos e para o da sua distribuição: vendeu seu primeiro carro aos 18 anos. Não há registros seus na política partidária – como aconteceu com o Pai, que foi secretário da Agricultura no Estado de São Paulo –, mas esses são fartos na política empresarial no papel de entusiasmado agente da vida associativa. Conviveu com os grandes de seu tempo e tornou-se o quarto presidente da Abrave, Associação Brasileira dos Revendedores de Veículos, no período 1980-1984, sucedendo a Renato Ferrari depois da campanha vitoriosa pela adoção da Lei 6 729. Antes deles foram presidentes Francisco Caltabiano e Eduardo Saddi. No início da gestão de Alencar Burti, 1988-1992, a Abrave foi transformada em Federação. Conhecemo-nos, ligeiramente, durante sua gestão na Abrave, e nossos laços tornaram-se afetuosamente fraternais quando passei a trabalhar na Anfavea, em fins de 1987: José Edgard e meu presidente, André Beer, eram muito amigos e Zé, então presidente do Sincodiv, ali perto, na avenida Indianópolis, era frequentador habitual das happy hours das quartas-feiras, dia de reunião de diretoria na Anfavea. Muitas encrencas de concessionários com suas fabricantes foram resolvidas ali, longe de nervos à flor da pele. Ali também foram combinadas muitas ações comuns dos mesmos protagonistas diante de governos. Salões do Automóvel foram tornados viáveis ali, pois Zé e André tinham outro grande amigo em comum, Caio de Alcântara Machado.

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