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69 AutoData | Outubro 2021 mexem como cenário político, e a entrada em vigor das legislações do L7, a sétima fase do Proconve, Programa de Controle das Emissões Veiculares, para veículos leves, que entra emvigor em janeiro, além de outras normas de segurança que se tornarão obrigatórias. “É claro que para nós é ótimo que os carros sejammais seguros e mais eficien - tes, mas há o impacto no preço. A indústria vem sofrendo uma pressão grande de aumento do custo das matérias-primas nos últimos anos, o que deve continuar. E assim seguirá o repasse no preço dos veículos.” A inflação é ponto de atenção para o presidente da Renault. O remédio aplicado pelo governo para contê-la é prejudicial para o setor, pois aumentando a taxa Selic há reflexo nos juros para financiamentos, o principal meio de aquisição de automóveis no País. Gondo estima IPCA na casa dos 8% em 2021 e uma certa acomodação em 2022, mas ainda acima da meta do Banco Central, em torno de 5,5%. Nos índices macroeconômicos a Re- nault segue as projeções do mercado e das instituições financeiras: crescimento do PIB em torno de 5% este ano, com a ressalva da base baixa que foi 2020, e de 1,7% em 2022, mas recordando que muitas instituições já falam em PIB abaixo de 1% no ano que vem. A Selic permanecerá em 8%, acredita. O dólar deverá fechar o ano em R$ 5,33 e no ano que vem passará a R$ 5,45, por reflexo da instabilidade polí - tica: o executivo não enxerga no horizonte resolução para essa questão até o fim do ano que vem. Com relação aos volumes particulares da Renault Gondo preferiu não divulgar projeções. Espera, porém, crescer nas exportações e avançar no mercado, mas não a todo custo: permanece a premissa de priorizar a lucratividade e sustentabi- lidade das operações: “Nossa estratégia é a de seguir forte onde somos fortes e entrar em segmentos na parte mais alta do mercado”. Ele exemplifica como SUVCaptur: este ano uma versão com motor 1.3 turbo, de catálogo mais elevado, foi lançada e “as- sim alcançamos consumidores onde não tínhamos oferta. Seguiremos comesse tipo de abordagem. Temos oportunidades no segmento C-SUV, mas não deixaremos aqueles nos quais somos fortes, como no Kwid [subcompactos], que lideramos por vários anos, assim como o da Master [comerciais leves]”. Em paralelo a operação brasileira se- gue discutindo com a matriz o plano de investimento pós-2022. Emmarço Gondo anunciou R$ 1,1 bilhão em aporte para este e o próximo ano, aplicado em renovação do portfólio e na ampliação das opções nas prateleiras mais elevadas, especial- mente. Agora vem a visãomais de longo prazo, que o presidente garante existir na matriz francesa. “Nossa visão é a de que o Brasil conti- nuará crescendo em 2022, 2023, 2024... é ummercado compotencial. Na matriz não há dúvidas do potencial do País.” “ A indústria está sofrendo grande pressão de aumento do custo das matérias-primas nos últimos anos, o que deve continuar. E assim seguirá o repasse no preço dos veículos.” Ricardo Gondo, presidente

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