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68 Outubro 2021 | AutoData O cenário de escassez de semicon- dutores mudou a forma da indústria automotiva planejar sua produção. A incerteza de abastecimento de componentes no amanhã faz com que decisões envolvendo programação sejam feitas todos os dias, com base no que há e no que se calcula que haverá nos es- toques. A preocupação com o dia imediata- mente seguinte permanecerá em 2022, acredita Ricardo Gondo, presidente da Renault do Brasil. Mas ele também en- tende que o longo prazo está garantido: há, na matriz, a certeza de que o mercado brasileiro é promissor e importante para os negócios do grupo. Para o executivo 2021 terminará com volumes um pouco inferiores aos projeta- dos anteriormente, na casa de 2 milhões 50 mil veículos de passeio e comerciais leves: “Um pouco acima de 2020, mas não por falta de demanda. O mercado poderia ser maior. Há clientes particulares e locadoras demandando, mas o contexto global de falta de componentes afeta a capacidade de entrega”. Para 2022 a Renault projeta merca- do em crescimento de 15% nas vendas, chegando a 2,4 milhões de veículos, com um primeiro trimestre ainda conturbado pela falta de visibilidade com relação aos componentes. Gondo faz um porém: “Um aumento de 15% é bom, mas ainda estare- mos abaixo dos volumes de 2019, quando foram emplacadas 2 milhões 660 mil uni- dades. Se voltarmos dez anos ainda mais o mercado de veículos do Brasil chegou a 3,6 milhões de unidades”. Gondo mostra suas ressalvas também com relação às áreas política e econômi- ca do País, que podem influenciar esses números. Ele lembra da crise hídrica, que ainda poderá prejudicar a indústria e a economia, das eleições presidenciais, que Por André Barros Preocupação e confiança Renault enxerga dificuldades na economia e no abastecimento da cadeia, mas convicção da matriz no Brasil segue em alta PERSPECTIVAS 2022 » RENAULT Divulgação/Renault

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