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28 Outubro 2021 | AutoData Entrevista a Caio Bernarski Quem sabe um 2022 feito 2014 Qual a expectativa da Abraciclo para a produção de motocicletas em 2022? Excluindo-se o ano passado, severa- mente afetado pela pandemia, o mer- cado cresceu 8,4% ao ano desde 2017, retomando parte dos volumes perdidos de 2011 a 2016. Este ano a demanda foi impulsionada por uma série de fatores, como maior uso da motocicleta para entregas de todo tipo de produto em domicílio e a busca por transporte indi- vidual com menor custo de aquisição e consumo de combustível reduzido. Tudo isso nos faz acreditar que teremos um 2022 positivo, mas ainda não definimos números exatos. Ovolume de 1,5milhão demotocicletas produzidas seria a próxima meta? Vejo este como umnúmeromágico. Es- tamos sonhando com esses números redondos, em retornar a um patamar como esse. Umvolume anual de 1,5 mi- lhão nos aproximaria de 2014, e o que pretendemos para os próximos anos é, gradativamente, recuperar o que já foi nosso, ummercado que já conseguimos atingir. Quais os pontos de atenção para 2022? Estamos monitorando o avanço da vaci- nação e o recuo dos casos da covid-19 no País. Esse é umponto importante para FROM THE TOP » MARCOS FERMANIAN, ABRACICLO que seja possível voltar a operar em rit- mo mais forte, mas é difícil olhar daqui até o fim do ano, ou para o começo do ano que vem, e imaginar que poderemos voltar a operar sem restrições. Mas, de toda forma, esperamos que esse cenário melhore ao longo de 2022. Ainda existem gargalos de produção? Os fornecedores carregam suas dificul - dades porque dependem de conteúdo importado, e isso vale inclusive para as fabricantes nacionais. Isto pode gerar algum impacto no futuro. Até agora al- gumas fábricas chegaram a parar por poucos dias e sofremos menos do que outros setores, mas não podemos deixar de monitorar diariamente essa situação. Em agosto revisamos para cima a proje- ção de produção em2021, de 1 milhão 60 mil para 1 milhão 220mil, e isso comprova que esse trabalho está sendo bem feito. Caso consigamos realmente atingir esse número chegaremos bem próximos ao volume de 2015. E para omercado interno: qual o cenário previsto para 2022? Também revisamos a estimativa de cres- cimento demercado no varejo para 2021, de 980 mil para 1 milhão 140 mil, porque a demanda segue crescendo e ainda ganhou um impulso adicional com os recentes aumentos nos preços dos com- bustíveis. Hoje existe umdesequilíbrio de oferta e demanda e até dezembro acre- dito que não será possível equilibrar esse quadro, que, então, deve seguir em2022 e ajudar no crescimento ante o número final de 2021. Como será possível ajustar essedescom- passo de demanda e oferta? Essa é a nossa expectativa a partir de janeiro: começar a reduzir essa distância com volumes de produção mais parru- dos. É necessário lembrar que sofremos muito nos dois primeiros meses deste ano, com o forte impacto da segunda onda da covid-19, que começou por Manaus, e ainda passamos por período

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