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20 Outubro 2021 | AutoData Entrevista a Caio Bednarski Tudo dependerá da produção Como a Fenabrave avalia o cenário para 2022? É necessário contextualizar o que está acontecendo hoje no setor automotivo nacional e global. Projetar 2022 é muito difícil porque temos uma crise de oferta causada pela pandemia, que desorga- nizou a cadeia do setor automotivo e de outras áreas também. Esse cenário torna as projeções complicadas. Se hou- ver oferta a tendência do mercado é a de melhorar, mas dependerá muito da questão da produção. Talvez mais próxi- mo do fim deste ano a visibilidade para 2022 seja um pouco maior, porque hoje algumas montadoras e outras empresas do setor já estão falando que a crise dos semicondutores deverá seguir, pelome- nos, durante o primeiro trimestre do ano que vem, ou até o primeiro semestre. Seria possível que em 2022 as vendas cheguema volume próximo ao de 2019, ou seja, retornarem ao patamar pré- -pandemia? Acredito que se houver oferta isso será possível, considerando que em 2019 as vendas foramde 2 milhões 650mil auto- móveis e comerciais leves, um número baixo para um País que já vendeu 3,7 milhões. Acho que retornar ao volume de 2019 é factível, mas, insisto, dependerá da velocidade em que as fábricas retor- narão a operar normalmente. Espaço e demanda para crescer nós temos. Essa falta de oferta seria, então, omaior impeditivo para o crescimento do setor no ano que vem? O ponto nevrálgico do setor hoje são os semicondutores. A demanda desse item, por veículo, varia de trezentos a 1,5 mil. Temos que olhar para essa parte da cadeia e entender como ela conseguirá atender às demandas da indústria automotiva. Também estamos olhando para outros componentes que passaram por uma desestruturação de sua produção durante a pandemia, mas não com a mesma gravidade dos semicondutores. As eleições poderão também, de alguma forma, causar impacto sobre o desem- penho das vendas? O ano que vem será de muita volatilida- FROM THE TOP » MARCELO FRANCIULLI, FENABRAVE

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