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18 Outubro 2021 | AutoData “ À medida que não se atende à demanda existente em um ano há ambiente de melhoria nas condições no ano subsequente, mesmo que sempre a depender de como avançará o tema dos semicondutores.” distribuição bem dividida para Europa, Estados Unidos e México. Precisamos trabalhar no fortalecimento do Mercosul mas ao mesmo tempo o Mercosul tam- bém precisa estender suas fronteiras, se integrar ao mundo. É muito importante o acordo com a União Europeia, que está emummomento difícil, e outros acordos para que o Brasil tenha melhor inserção nos mercados mundiais. Não é saudável que se tenha um único país dominando a pauta de exportações, porque se corre risco grande. Seria melhor se tivéssemos maior uniformidade. Não precisamos diminuir os negócios com a Argentina mas sim crescer em outros mercados, inclusive na América do Sul. Como as paradas de produção nasmon- tadoras podem alterar os planos das autopeças para 2022? Em 2020 todo mundo parou ao mesmo tempo e tivemos uma situação muito difícil, na qual os dispositivos de flexibili - zação de jornada e salário e férias foram fundamentais. Agora temos quadro um pouco diferente. Asituação não é agradá- vel, há paradas pipocando e omovimento não é uniforme. Cada empresa enfrenta uma situação temporal diferente, o que faz com que seja difícil prever. As intera- ções do tema semicondutor na cadeia sãomuito diversas e amplas, inclusive em umamesmamontadora: pode haver um veículo que ela consegue produzir e ou- tro que não, ou a possibilidade de alterar esse veículo retirando um item e adicio- nando outro. Às vezes a montadora ou o sistemista diz que não consegue fabricar na semana X e que voltará a produzir na Y, mas a autopeça vê seu estoquemuito baixo e não para de produzir. É difícil de administrar, mas é incomparavelmente melhor do que 2020. De qualquer for- ma, e ainda assim, estamos falando de chegar ao fimdeste ano comalta de 17% no volume de produção diante do ano passado. A dúvida é até quando iremos comesse quadro de volta-e-para e com toda sua complexidade: aparentemente ainda avançaremos uma boa parte de 2022 dentro dele. De qualquer forma podemos dizer que a perspectiva é boa para 2022? Tudo somado e subtraído temos pers- pectiva positiva para 2022, até pelas questões que estão nos retardando em 2021. Àmedida em que não se atende à demanda existente em um ano há am- biente de melhoria nas condições no ano subsequente, mesmo que sempre a depender de como vão andar os semi- condutores, e acreditamos que haverá melhora gradual no primeiro semestre do ano que vem e uma normalidade no segundo semestre. Com isso devemos ter um 2022 melhor, inclusive, na recom- posição dos estoques, hoje demenos de quinze dias, sendo que a média normal é de 28 a 38 dias. Assim, supondo que retornemos a trinta dias na média, será algo como colocar vinte dias a mais de estoque no sistema, ou quase um mês a mais de produção. Esses fatores serão bem importantes para 2022. Este é o momento mais desafiador que o senhor já viveu no setor? Diria que é o momento mais dinâmico, porque falar só em desafiador seria des - considerar as oportunidades. E acho que elas vêm lado a lado. Temos momentos de enormes oportunidades e enormes riscos, o que torna o ambiente muito dinâmico. Apenas desafiador, assim, não seria justo. FROM THE TOP » DAN IOSCHPE, SINDIPEÇAS

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