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16 Outubro 2021 | AutoData Entrevista a Soraia Abreu Pedrozo Desafiador, não: dinâmico. O Sindipeças trabalha hoje com proje- ções de crescimento de 25% em 2021 e de 5% para 2022 em faturamento. Como foram calculadas essas estimativas? Há pelo menos três itens considera- dos para fazer a previsão, todos muito complexos. O primeiro é o volume de veículos produzidos no ano, o segundo é a inflação e o terceiro é o dólar. Essa projeção nos dá um direcionamento. Para 2022 ainda temos enorme incerte- za, mas vemos a inflação mais branda, crescimento maior da produção e dólar mais parelho ao que temos em 2021. O mercado financeiro espera PIB em avanço de 1,57%, inflação em 4,12% e Selic em 8,5% em 2022. Diante disso o que podemos esperar? Temos de misturar as projeções da eco- nomia com a questão dos semicondu- tores, que será decisiva. Se tivermos a normalização do tema então nossas projeções estão conservadoras mas, se não tivermos melhora, talvez estejam otimistas, inclusive as destinadas para 2021. Há demanda, que é um tema difícil de entender e de prever, mas parece que ela não irá embora nem local nem mundialmente. Então o tema dos semi- condutores será decisivo para que 2022 seja melhor do que 2021. Como amanutenção do dólar acima dos R$ 5 impacta a cadeia? O que mais nos preocupa é que o câm- bio reflete a instabilidade institucional e a preocupação com a questão fiscal do País. Isso faz com que o dólar fique em patamar elevado por muito tempo e um pouco desconectado de onde poderia estar. E ajuda a gerar inflação, porque temos parcela significativa da economia brasileira relacionada a exportações e importações e itens que têm preço com relação à moeda estrangeira, como mi- nério de ferro e petróleo. Nos preocupa, mas não é o conforto ou desconforto da indústria automotiva que será o mais relevante e sim o quanto pressionará inflação e juros. Isso terá reflexo no PIB. Seria muito bem-vindo que a percepção com relação ao Brasil fosse de maior estabilidade institucional e demaior con- fiança de que haverá convergência do lado fiscal, das contas públicas, receita versus despesa etc para que tenhamos mais tranquilidade e menos volatilidade no câmbio. De qualquer forma esse cenário poderia ajudar as exportações? AArgentina ainda é nosso principal des- tino, em torno de 60% para veículos e de 30% para autopeças, pois temos FROM THE TOP » DAN IOSCHPE, SINDIPEÇAS

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