382-2021-10

14 Outubro 2021 | AutoData “ Alguns especialistas estão falando até em PIB abaixo de 2% no ano que vem, o que afeta muita coisa. Ainda assim, e de maneira geral, esperamos crescimento tanto no mercado interno quanto nas exportações.” 2023 podemexermuito comomercado de pesados no ano que vem? Ao que tudo indica 2022 tende a ser um ano bom para os caminhões de- vido ao agronegócio, e a safra poderá ser recorde novamente, então entendo que este quadro está mais relacionado à questão econômica em si do que a algo regulatório. Ainda que menos que os automóveis os caminhões também têm questões ligadas aos semicondu- tores e, especificamente, pneus. Setorialmente qual será a principal agenda da Anfavea para 2022? Temos três pilares para trabalhar: a re- tomada mais equilibrada possível da produção e do mercado, as reformas necessárias para reduzir o custo Brasil, algo que foi puxado pela Anfavea e que agora todo mundo está falando a res- peito, pois conseguimos quantificá-lo, e finalmente as questões regulatórias, especialmente no que diz respeito à descarbonização. Trouxemos uma visão para os próximos dez a quinze anos, para a partir desses cenários construir uma política que caminhe junto com o Rota 2030. O tema é importantíssimo para o País e uma prioridade para as matrizes. Já tivemos reuniões com alguns minis- térios, como o de Minas e Energia e da Economia, e temos agenda com os do Meio Ambiente e da Infraestrutura. Essa não é uma questão só econômica ou ambiental, passa por todas essas áreas. E outros mercados já têm suas políticas definidas para esse tema. Quanto às exportações: quanto poderão avançar? Neste momento quem tem produto dis- ponível está atendendo aos contratos, mas varia de acordo com cada empresa e seus compromissos comos mercados externos e interno. Esse equilíbrio é um grande desafio e cada uma está fazendo o melhor possível. AAnfavea passou o ano passado e este reclamando dos créditos tributários so- bre exportação não recebidos. Alguma esperança de mudança no quadro no ano que vem? Continuamos a enfrentar esse problema estrutural. Estamos conversando com os estados para buscar alternativas en- quanto não ocorre uma reforma tribu- tária para os créditos do ICMS. Existem mecanismos como regimes especiais, e estamos negociando em conjunto com o Sindipeças, pois afeta a cadeia como um todo. Mas a solução definitiva só virá com uma mudança do sistema, uma reforma tributária. E há alguma possibilidade de ocorrer em 2022 a postergação das novas normas do Proconve, como propôs a Anfavea? Informamos ao governo que existe o ris- co de vários modelos não conseguirem atender às exigências a tempo e, assim, não estarem disponíveis no mercado. Uma coisa é desenvolver a tecnologia, que é muito sofisticada, o motor em si, e outra é aprovar completamente o veículo que atende aos limites, envolve testes de milhares de quilômetros. A pande- mia ainda está aí, temos protocolos a cumprir. Estamos trabalhando nisso, mas existe esse risco que pode ser maior ou menor dependendo da montadora. Isso temvários impactos, inclusive econômi- cos, e a questão dos semicondutores também afeta esse processo e piora a situação, pois há mais eletrônica e sen- sores envolvidos. FROM THE TOP » LUIZ CARLOS MORAES, ANFAVEA

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