382-2021-10

103 AutoData | Outubro 2021 guirá investindo em aumento da capacida- de instalada, mas com cautela e ciente de que não pode cometer o mesmo erro de 2013, quando imaginava não haver limite de crescimento: “O setor aprendeu que o mercado é cíclico, com quedas pontuais. Por isso há cautela mesmo nos momen- tos de alta”. Ainda assim o setor manterá admissões e deve fechar 2021 com mais de 70 mil empregos formais. O mercado externo também deve se - guir a curva crescente, com expectativa de 4,5 mil a 5 mil unidades, tendo América do Sul como grande compradora, com destaque para Chile e Paraguai. O setor encontra dificuldade de expansão no con - tinente africano, onde marcas chinesas começam a ficar mais fortes. Sandro Trentin, diretor executivo da Randon Implementos, entende ser difícil superar 2021, que define como excepcio - nal. Mas cita oportunidades que devem surgir na infraestrutura primária em razão de concessões e privatizações: “Só com os contratos já fechados temos boas pers - pectivas”. Trentin concorda que o primeiro se- mestre será bom, enquanto o segundo ainda mereça muita atenção: “Ano eleitoral é sempre mais sensível à confiança do consumidor”. Ele também cita a crise inflacionária global provocada pela questão energéti - ca, envolvendo as principais comodities, e a falta de sincronia na cadeia logística. Entende que são questões que não se resolverão de forma imediata, mas para as quais o setor está melhor preparado do que em 2020. Trentin confirma que a empresa opera acima dos 90% da capacidade, razão para seguir investindo: “Saímos de 130 produtos/dia para 150 em setembro”. Aportes em inovação, automação, novos produtos e mais capacidade seguem como prioridades de forma a ganhar mais espaço no mercado e manter os prazos de entrega. Para 2022 a Randon inicia, de forma efetiva, a nova fábrica de Messias, AL, com foco em produtos leves, mercado em que tem de 2% a 3% de participação: “Não estamos deslocando produção, mas aumentando. A fábrica também se justifica porque o custo de frete deste produto se torna muito oneroso se montado nas unidades já existentes, alémde omercado do Nordeste ser muito forte nesta linha”. Trentin também acredita que o mer - cado de leves pode crescer mais do que o esperado em função de uma possível antecipação de compras diante da exigên - cia da motorização Euro 6 a partir de 2023. CRESCIMENTO APÓS DOIS ANOS DE QUEDA O transporte de passageiros foi, ao lado do comércio e das atividades de lazer, um dos que mais sentiu os efeitos da pan- demia. E de forma especial o segmento urbano, que precisou, por contrato, manter a frota em operação mesmo com baixo volume de passageiros. Ruben Bisi, pre- sidente da Fabus, Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus, aponta que “a saúde financeira de muitas empresas está debilitada”. Isto se refletirá diretamente na dificuldade de obtenção de crédito junto aos bancos. A produção de 16 mil unidades em 2020 foi 26,5% abaixo da registrada no ano anterior. Para 2021 a projeção é de nova queda para além de 20%, considerando números até agosto, que somam 8,3 mil unidades. Para 2022 Bisi indica alta de 17% a 18%, atingindo perto de 14,8mil unidades. Destas, algo próximo de 11,9 mil ficarão no mercado interno, incremento de 16%, e 2,7 mil seguirão para o mercado externo, aumento de 22,6%. Com acréscimo dos micros destina - dos ao programa Caminho da Escola o mercado interno previsto para 2022 deve elevar-se para 19 mil, avanço de 19% sobre a expectativa de 15,9 mil para 2021. Com a introdução da motorização Euro 6 a partir de 2023 Bisi reconhece ser possível um in- cremento ainda maior por antecipação de compras: “Empresas capitalizadas e com visão estratégica poderão fazer este mo - vimento, melhorando o resultado do ano”. Na projeção de Bisi omercado rodoviá - rio deve ser omais favorecido em 2022 por

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