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10 Abril 2020 | AutoData esPecial » covid-19 S e há algo que se possa a rmar neste momento com total e absoluta cer - teza sobre a pandemia do covid-19 é que jamais, em tempo algum daqui por diante, a esqueceremos. Sua capaci - dade de paralisar quase tudo o que cerca a sociedade moderna como a conhecemos é tamanha que encontra paralelo apenas na segunda guerra mundial, encerrada há mais de meio século. Aponto de pela primeira vez na história a indústria automotiva brasileira, nascida em 1956, produzir em suas fábricas algo que não tenha rodas ou motor: respirado - res hospitalares, máscaras e a ns, alémde uma série de outras iniciativas solidárias, individuais ou em conjunto (veja na página 22) . É um retrato quase que perfeito do quadro único e inédito que vivemos e que justamente por isso jamais será esquecido – e que fatalmente demandará um longo tempo para ser superado em de nitivo em termos econômicos mas que, torce - mos, verá um prazo bem menor no que diz respeito à saúde de todos. um Precedente, Por Favor Como bem de ne Rogelio Golfarb, vi - ce-presidente da Ford América do Sul, é resumidamente “uma situação semprece - dentes”. Tanto assim que não dá margem para imaginarmos o que será daqui para frente ante essa ou aquela ação: “Passa - Por Marcos Rozen o vírus pa Como a pandemia tomou o setor automotivo nacional no contrapé, com velocidade e efeitos de potência tamanha o su ciente para deixar executivos boquiabertos mos por várias crises, mas eram crises econômicas. Havia processos, estudos e modelos econômicos, feitos por econo - mistas, para combatê-las. Agora temos uma crise de saúde que gerou uma crise econômica. Para sair dela dependemos de médicos e não de economistas”. Diante de um cenário nebuloso vale sempre a pena ouvir os números – e o problema é que eles são bastante preo - cupantes. Na primeira segunda-feira de abril o País acordou com 63 de suas 65 fábricas fechadas: exceção apenas para a Volvo CE de Pederneiras e AGCO de Mogi das Cruzes, ambas em São Paulo. O que impressiona é a velocidade com que esse quadro se tornou realida - de. Foram somente 28 dias do registro do primeiro caso de covid-19 no Brasil até a paralisação total das atividades nas montadoras, exatamente o mesmo inter - valo registrado no país onde o vírus surgiu primeiramente, a China – o cálculo é de Antonio Filosa, presidente da FCA para a América Latina, que adiciona: “Itália e Es - tados Unidos levarammais tempo do que isso, o que pode fazer o Brasil sair desse momento economicamente um pouco melhor do que outros mercados”, espera. É importante salientar que a indústria não é uma das atividades econômicas colocadas em quarentena por alguns estados, como São Paulo, onde está a
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