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83 AutoData | Outubro 2019 assim, “o varejo está acirrado e as vendas diretas estão crescendo”. No ano que vem as fabricantes “terão que levar isso em consideração” e, assim, haverá um ajuste na produção. Por isso ele estima ummercado interno em alta de um dígito – “Dois dígitos no ano que vem será difícil diante do cenário” – e a produção também em avanço de um dígito, porém um dígito inferior àquele a ser registrado pelo mercado. Isso porque por seus cálculos a Argen- tina não só passará longe de se recuperar em 2020 como ainda não baterá no fundo do poço em 2019: “A queda mais acentua- da ainda não pegou um período de doze meses, então mantendo o ritmo atual o total do ano que vem deverá ser ainda menor do que o deste ano”. O presidente da Honda tambémmostra preocupação com o cenário externo e seus efeitos aqui: “A guerra comercial dos Estados Unidos coma China afeta todos os países e reduz o preço e a demanda por commodities como o minério de ferro, do qual o Brasil é muito dependente. Situa- “O Civic tem uma plataforma diferente e requer investimentos para sua produção em Itirapina. Estamos avaliando a situação.” ção semelhante ocorre no Chile e no Peru com o cobre. Há desvalorização cambial, não só no Brasil mas na Indonésia, Vietnã, Índia. É uma incógnita, nesse momento, o impacto de fatores externos”. Ele teme ainda que esta desvalorização do real, se mantida nos níveis atuais acima de R$ 4, poderá impactar a inflação pelo repasse de custos de insumos importados: “Ainda bem que temos uma reserva cam- bial grande, dá para defender a moeda”. Em 2020 a Honda seguirá com a trans- ferência da produção de Sumaré, SP, para Itirapina, SP: Fit eWR-V já se foram e City e HR-V aguardam a mudança. Pela primeira vez o executivo admite que a produção do Civic na nova fábrica não é uma certeza: “O Civic tem uma plataforma diferente e requer investimentos em Itirapina para sua produção. Estamos avaliando a situação e por isso ele é o último da lista de modelos na transferência”. Falando em fábrica Mizoguchi revelou que a decisão de encerrar a produção de automóveis na Argentina – primeiro foi fabricado lá o City e depois o HR-V – foi tomada em caráter global: “Também fe- chamos na Inglaterra”. A encrenca é que ao contrário do que se poderia esperar o Brasil não será o país a prover a Argentina de HR-V a partir de agora: “As regras do acordo automotivo Brasil-Argentina preveem complementa- riedade de produção, com o sistema flex, e como não trazemos nada da Argentina não podemos mandar HR-V para lá, pois não teríamos como compensar”. Produção Vendas Exportação Produção Vendas Exportação PIB (%) Dólar (R$) Selic (%) Inflação (%) Mercado total (em mil unidades) Montadora (em mil unidades) Macroeconomia 2 900 120 0,8 5 Alta menor que o mercado Alta de um dígito 120 0,5 a 1 3,7 a 4,2 4,5 3 Perspectivas 2019 | 2020

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