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48 Outubro 2019 | AutoData Perspectivas 2020 » Macroeconomia de recuperação cíclica, algo que temmais a ver com inércia do que propriamente com uma reversão contundente do último período recessivo. Como a crise fiscal e o excesso de ca- pacidade continuam segurando, respec- tivamente, os investimentos públicos e privados, o impulso no ano que vem deve vir, mais uma vez, do consumo doméstico. A tendência é que os brasileiros gastem mais em razão da melhora, mesmo que tímida, dos indicadores de emprego, ex- pansão do crédito, juros baixos e liberação de recursos do FGTS. Por outro lado a desaceleração da eco- nomia mundial, com impacto no comér- cio internacional e, como consequência, nos preços das commodities, deve não só ser um obstáculo às exportações – e a todos os investimentos relacionados ao comércio exterior – como também mo- derar o apetite do capital internacional no financiamento de atividades emmercados emergentes, como o Brasil. Emumcontexto de aversão ao risco, no qual a perspectiva de recessão nos Esta- dos Unidos já está implícita no retorno de títulos do tesouro local, o dólar – para onde os investidores costumam correr nesses momentos – tende a seguir rondando a casa dos R$ 4 no ano que vem. Se não será o suficiente para estimular as exportações diante do quadro interna- cional adverso, em particular na Argentina – principal destino da indústria automobi- lística brasileira –, esse patamar de câm- bio tampouco deve provocar descontrole inflacionário. Espera-se que a inflação se- guirá abaixo do centro da meta de 4% no ano que vem, permitindo a manutenção da taxa básica de juros no menor patamar da história, o que será umdos propulsores da atividade econômica em 2020. “Há uma lenta retomada da economia doméstica, ajudada um pouco pelos juros e pela retomada cíclica pós-recessão”, acredita Sérgio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados. “O crescimento só não deve ser maior por causa do cenário internacional ainda turbulento;” Emgrande parte a estabilidade da eco- nomia global depende de um acerto que dê fimà guerra tarifária China=Estados Uni- dos. Ainda que os principais negociadores das duas maiores economias do mundo tenham uma nova rodada de negociações prevista para este outubro não há pers- pectiva de que as partes cheguem a um entendimento tão cedo. Nos últimos seis meses retrocessos nas negociações de Beijing eWashington, em paralelo a indicadores que sinalizam desaceleração da economia global, o que inclui menor fôlego da indústria chinesa, ajudaram a derrubar as projeções ao PIB de 2020. Emmarço elas estavam em 2,8%. Um sinal preocupante é que, além de as previsões serem revistas para baixo, os resultados dos últimos dez anos mos- tramque os prognósticos dos economistas costumam ser mais otimistas do que a realidade – em oito dos últimos dez anos a atividade econômica foi pior do que a prevista no fim do ano anterior. Segundo José Pena, economista chefe da Porto Seguro Investimentos, os im- pactos da guerra comercial sobre os in- vestimentos globais continuarão sendo significativos e manterão o mundo em trajetória de desaceleração nos próximos trimestres: Divulgação/Agência Brasil
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