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22 Outubro 2019 | AutoData Quais são as perspectivas acerca do mercado de caminhões para o ano que vem? Os caminhões vão experimentar cresci- mento porcentual superior ao dos veícu- los leves. Temos uma frota extremamen- te velha. O agronegócio ainda dá uma sustentaçãomuito boa para os negócios. Houve uma safra de milho importante e é esperada uma safra maior no ano que vem, o que deverá gerar mais vendas de caminhões pesados. O que vende caminhão é PIB, e vemos um governo preocupado como seu crescimento. São esperadas para o ano que vem algumas obras de infraestrutura saindo do papel, e esse também é um vetor de vendas de caminhões. E com relação às vendas de automóveis em 2020? Se o que vende caminhão é PIB o que faz vender mais automóveis são taxas de juros baixas e elas estão hoje em um patamar interessante. O que acontece é que muitos consumidores, em fun- ção do clima de incerteza relacionado ao emprego e à estabilidade econômi- ca, do câmbio etc., estão postergando suas intenções de compra, o que gera demanda reprimida. Por outro lado as montadoras estão fazendo uma série de lançamentos e os novos veículos ge- ralmente incidem em números maiores de vendas no nosso mercado. As vendas diretas ganharão força no mercado em 2019? As vendas diretas estão aí há quarenta anos. A Fenabrave não é contra a venda direta. Ela é legítima e a tendência é a de que haja crescimento natural emvirtude da mudança dos padrões de consumo, das tecnologias. Tenho certeza de que a montadora quer estar mais próxima do cliente, e esse movimento deverá se intensificar, mas as concessionárias ainda desempenham um papel relevante no processo de venda, é preciso ressaltar. A postura de como é formatada a venda direta, essa sim nós somos radicalmen- te contra. Tem que existir isonomia. O preço mais barato é muito bem-vindo desde que ele seja igual para todos. Somos regidos pela Lei Renato Ferrari e temos contrato de concessão com as montadoras. Como você vende um veículo mais barato para o meu vizinho do que ao seu próprio filho? Pela lógica é incoerente. Estamos testemunhando um real mo- vimento de lançamentos de veículos elétricos este ano no Brasil. 2020 será o ano emque as concessionárias estarão preocupadas emcomovender este novo produto? Ainda não, é cedo para isso. Omercado estará forte no Brasil em dez anos, em termos de trazer rentabilidade para as fá- bricas e para o varejo. Ainda antes desse movimento chegará a vez dos veículos híbridos. Quemhoje traz modelo elétrico o faz como forma de se antecipar às ten- dências, de forma a preparar o mercado. Mas precisamos considerar, contudo, as limitações que ainda existem para que o veículo elétrico se torne um objeto de massa. Eu diria que as concessio- nárias estarão preocupadas em novas formas de vender veículos, apresentar suas tecnologias, aplicar tecnologias no processo de venda. Isso, sim, é uma tendência cada vez mais forte. From the top » Alarico Assumpção Júnior, Fenabrave “Somos regidos pela Lei Renato Ferrari e temos contrato de concessão com as montadoras. Como você vende um veículo mais barato para o meu vizinho do que ao seu próprio filho?”
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