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129 AutoData | Outubro 2019 dade do bom desempenho na atividade agrícola a linha de pesados seguirá pu- xando o mercado de caminhões. No entanto Rangel acredita que o seg- mento de máquinas agrícolas não deve- rá ter avanços significativos, mantendo desempenho estável, por ter alcançado um patamar de equilíbrio, enquanto o de equipamentos para a construção civil e infraestrutura rodoviária não dá sinais de crescimento mais efetivo: “As vendas são crescentes na área, mas ainda há limitações pela falta de financiamentos públicos para grandes obras. Ainda não entrou no ciclo real que a infraestrutura exige e do que poderia ser feito. Há forte dependência de decisões políticas”. Luís Pasquotto, presidente da Cum- mins Brasil e responsável pela unidade de negócios de motores na América Latina, projeta aumento de dois dígitos na produ- ção da empresa em 2020, principalmente em razão da queda de mercado, este ano, ocorrida pela saída da Ford do negócio de caminhões da região. Ele acredita na retomada de alguns negócios e espera crescimento emmer- cados estratégicos, além de novos clien- tes: “Em um olhar mais amplo o próximo ano é de retomada e recuperação, mas os números gerais serão inferiores aos registrados em 2018. No entanto é posi- tiva a perspectiva de crescimento para os anos além de 2020”. Para o mercado em geral Pasquotto acredita em retomada lenta, gradual e sustentável. Mas pondera ser necessário esforço para aprovação de alguns pro- jetos do governo que levem à estabili- dade plena. Sua estimativa é a de que o mercado de caminhões alcance 120 mil unidades, 11% acima da projeção de 108 mil para este ano. Cenário externo preocupa Thomas Püschel, diretor da unidade de negócios de peças de reposição e marketing da MWM, acredita ser possível alcançar crescimento de 10% tomando como parâmetro PIB a 2% em 2020. Observa que, ainda assim, o índice seguirá comparado a uma base muito aquém das expectativas e com nível considerável de ociosidade nas linhas produtivas: “Temos expectativa de crescimento na rede de mercado interno de 10% a 15% para 2020”. A drástica queda de vendas no merca- do argentino e seu cenário de incertezas em função das eleições presidenciais deste ano geram sentimento de preo- cupação para as exportações em 2020. Pasquotto, da Cummins, entende que a situação seguirá delicada, tornando-se necessário compreender a atuação do futuro governo argentino para acreditar emum segundo semestre umpoucomais positivo. Também teme uma possível de- saceleração global da economia com impacto local. Püschel, da MWM, recorda que o mer- cado argentino é muito relevante para as exportações das empresas brasileiras. Razão para que veja a superação do ce- nário conturbado como um dos principais desafios para a retomada dos níveis de exportação. O executivo salienta que a empresa reduziu as projeções de exportação para o mercado vizinho. Por decorrência, busca novos negócios para compensar, parcial- mente, a queda na Argentina. Rangel, da FPT, entende que a eleição trará uma nova visão para o futuro da Argentina: “Só não sabemos ainda qual será esta visão”, pondera, recordando que o mer- cado teve sua maior queda em termos de demanda nos últimos dez a quinze anos. “É uma situação muito ruim porque quando a Argentina está bem o Brasil está mal ou vice-versa”. Em 2018, somadas as plantas do Bra- sil e da Argentina, a FPT produziu 41 mil unidades, destinando em torno de 44% para caminhões e 52% para off-road – a diferença seguiu para geradores e outras aplicações. Do total 60% saíram das linhas de montagem de Sete Lagoas, MG. Na Cummins Pasquotto acredita que

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