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124 Outubro 2019 | AutoData Perspectivas 2020 » Carrocerias de Ônibus com linhas deficitárias, poderão ficar de- sassistidas. Outra ponderação tem cunho legal. Ruben Bisi lembra que as linhas estaduais são regidas por legislação das unidades federativas, com contratos vigentes. Com a desregulamentação na forma proposta empresas que fazem trechos interesta- duais também poderão frequentar linhas estaduais e “isto pode gerar discussões judiciais”. Para ele esta medida é o prin- cipal ponto de interrogação para o setor rodoviário em 2020. “Alguns frotistas suspenderamcompras que já estavam em linha de montagem; outros encaminharam novos pedidos. Não se sabe ainda como o mercado se comportará. Pode ser que tenha um salto, como também pode cair.” Bisi reconhece que havia uma expectativa mais otimista, principalmente porque a base de compa- ração ainda é baixa. Atenta para o fato de que PIB deste ano não deve fechar acima de 1% e, para 2020, quando se esperava a recuperação, o cenário também não é alentador: “O PIB precisa crescer de 3% a 3,5% para termos avanços consistentes na indústria. Sem isto o segmento de fretamento, forte impul- sionador de vendas, também não reage”. Cita que a atividade de turismo também não deve evoluir pelo desemprego eleva- do e pela redução do poder de compra do brasileiro: “São fatores que interferem no deslocamento das pessoas”. Ainda há movimento da ANTT, Agência Nacional de Transportes Terrestres, para elevar a idade média dos ônibus no seg- mento de rodoviários, o que pode criar obstáculos a futuras compras. No entan- to, para Bisi, a reposição será natural em função do represamento das vendas nos últimos anos, que começa a se refletir em aumento dos custos operacionais. Compasso de espera As exportações brasileiras de carroce- rias de ônibus devem seguir em baixa no ano que vem, principalmente pela ruptura do mercado argentino. Ruben Bisi observa que no primeiro semestre de 2019 ainda foram feitas algumas vendas, que cessa- ram agora: “O dólar ajuda mas o produto ficou caro para o comprador em função da crise interna”. Ele também cita as eleições presiden- ciais no país vizinho, que podem deter- minar uma mudança radical na política de governo. Com relação aos demais mercados o presidente da Fabus destaca cenários favoráveis na Colômbia e na África do Sul, ainda que este seja de pequenos volumes. Outra possibilidade é no Chile, embora os produtos nacionais comecem a enfrentar a concorrência chinesa: “Estamos traba- lhando junto ao BNDES para destravar os financiamentos e assim não perder negócios”. Divulgação/Marcopolo
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