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123 AutoData | Outubro 2019 22 mil. Até agosto a Fabus esperava produ- ção de 14 mil 950 carrocerias, das quais 11 mil 969 entregues no mercado nacional e 2 mil 981 exportadas. As novas projeções representam altas no comparativo com o ano passado de 13,5% na produção e 23% no mercado interno, e queda de 14% nas exportações. De acordo com Ruben Antônio Bisi, novo presidente da Fabus, o desempe- nho deste ano tem forte relação com a conclusão da entrega das unidades da última contratação do programa Caminho da Escola e com o aumento nos pedidos de urbanos, mesmo com o adiamento da licitação pela Prefeitura de São Pau- lo. Também não se consumou, como era projetada, a compra de veículos para freta- mento complataformas elevatórias, o que teria represado em torno de quinhentas unidades – recente decreto presidencial estendeu até 4 de janeiro as compras, mas Bisi não acredita na efetivação em função do prazo exíguo. No mercado externo o grande prejuízo se origina das vendas para a Argentina, praticamente zeradas. Pressuposto e incógnitas Projeções mais definitivas para o com- portamento do setor de carrocerias de ônibus para 2020 esbarram em uma série de incógnitas. Ruben Bisi parte do pres- suposto de que o mais recomendável é trabalhar com ideia de desempenho in- terno similar a este ano, na casa de 19 mil unidades, e recuo na produção diante do cenário conturbado na Argentina, principal comprador dos ônibus brasileiros. Com relação ao mercado de urba- nos Bisi projeta crescimento a partir do lançamento da licitação de 1,3 mil a 1,5 mil ônibus pela Prefeitura de São Paulo – “Mas é só o que temos de iniciativas mais concretas. Nas demais capitais e grandes cidades ainda não se tem informações sobre novas licitações”. Uma das incógnitas será o comporta- mento dos atuais prefeitos e candidatos à reeleição com relação ao transporte co- letivo urbano. Bisi destaca que, tradicio- nalmente, anos com eleições municipais geramvendas adicionais: “É praxe prome- ter, na campanha, renovação de frota de ônibus e redução de tarifas”. Outra compra importante aguardada é da recente licitação do programa Caminho da Escola, de 6,2 mil unidades. Mas ain- da falta fechamento por parte do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa- ção e garantia de recursos pelo governo para repasse às prefeituras: “A definição precisa sair logo, porque temos eleições municipais no próximo ano. E a lei eleitoral determina que compras desta natureza precisam ser feitas no primeiro semestre”. Hecatombe rodoviária Medida adotada pelo governo federal em agosto é a principal incógnita com relação ao comportamento do mercado de rodoviários. Por meio da resolução 71 o governo desregulamentou a política de concessão do transporte interestadual e internacional de passageiros: “Aproposta é de adotar a livre concorrência, com liber- dade de preços, itinerários e de frequência, assegurando defesa do consumidor e a redução do custo regulatório”. Para ele isto muda completamente a estrutura atual do setor. Bisi entende que a medida é positiva mas prega cautela e cuidados para evitar a destruição do sistema, como ocorreu em outros países, citando México, Argentina, Chile e Peru: “É perigoso concentrar todo o transporte em quatro ou cinco operadoras”. O presidente da Fabus argumenta, também, que muitas cidades pequenas, “O PIB precisa crescer de 3% a 3,5% para termos avanços consistentes na indústria. Sem isto o segmento de fretamento, forte impulsionador de vendas, também não reage.”

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