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83 AutoData | Julho 2019 sucedida indústria-academia vem do Ins- tituto Mauá de Tecnologia, com centro universitário instalado em São Caetano do Sul, no Grande ABCD. De acordo com José Roberto Augusto de Campos, diretor do centro de pesqui- sa, a instituição busca fazer da integração com as empresas “um plano institucio- nal e não uma iniciativa individual de um professor”. AMauá tem uma carteira de empresas parceiras com cerca de duzentos nomes, a maioria do setor automotivo, de mon- tadoras a fornecedores Tier 2 e 3. Conta ao todo com 140 laboratórios, inclusive de desenvolvimento de power- train, utilizados por alunos das áreas de engenharia, design e administração. Campos, porém, reconhece que nem sempre estabelecer essa parceria é pro- cesso simples: “Há desconfianças dos dois lados, as empresas temem encontrar só aca- dêmicos e cientistas que desenvolvem produtos sem considerar a parte prática e os integrantes da universidade temem ver suas ideias e projetos roubados. Mas aos poucos as resistências vão sendo quebradas”. Para que isso ocorra, afirma, é preciso que os dois falem a mesma língua, com- preendendo as especificidades de cada uma. Na Mauá, por exemplo, os labora- tórios estão funcionando e à disposição mesmo nos períodos de férias escolares. As empresas conseguem usar os serviços e a estrutura por vezes com custo baixo ou até mesmo zero, mas também abrem mão de políticas de confidencialidade. “Os estudos precisam ser publicados”, explica Campos. A Mauá tem hoje parcerias com Ge- neral Motors, Nissan, Mercedes-Benz, Grupo PSA e Toyota, entre outras. Ele reconhece que em 2017 e 2018 as estruturas foram subutilizadas pela indústria, mas afirma que desde o início do segundo trimestre deste ano a pro- cura por parcerias aumentou bastante. “Fechamos diversos contratos desde então”, celebra. Há desconfianças dos dois lados: a indústria imagina pouca efetividade prática e a universidade teme roubo de ideias. Mas pouco a pouco as resistências estão sendo quebradas. Ford, Alexandre Machado, ao recordar esta trajetória, reforça que as coisas não correram às mil maravilhas desde o co- meço. “Foi um processo de evolução commuitos erros no caminho. Falhamos em alguns projetos que serviram como aprendizado. Ao formar parcerias deste tipo devemos olhar para o longo prazo: é um trabalho de formiguinha, exige re- siliência.” PELA MADRUGADA Segundo a Ford atualmente quinze projetos estão em análise em parceria com o Senai Cimatec. Breda, diretor da instituição, afirma que diversos ensaios exigem trabalhos durante a madrugada e até aos finais de semana – alguns deles sigilosos, sem a presença de alunos. O Senai Cimatec faz parte do Progra- ma de Cooperação com Universidades da Ford – além dele, no Brasil, há parceria com a Unifacs, UFBA e Unicamp, afora suportes esporádicos com outras institui- ções do Brasil. A unidade baiana sedia, há três anos, a competição Baja Nordeste, da qual a Ford é patrocinadora desde 2005. Este ano uma aluna do Cimatec rece- beu bolsa de estudos de US$ 10 mil da Ford ao ser uma das dez selecionadas em todo o mundo no Prêmio Alan Mullaly, criado há cinco anos para apoiar estudan- tes de engenharia – fato que comprova, para Machado, que a parceria deu muito certo. Outro bom exemplo de parceria bem
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