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68 Julho 2019 | AutoData CONJUNTURA » INVESTIMENTOS DES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, a corrente de capital vinda do Exterior, sobretudo na forma de empréstimos intercompany, seguiu ga- nhando corpo. Na contramão do enxugamento dos empréstimos concedidos pelo banco de fomento, que caíramde R$ 5,8 bilhões para R$ 1,4 bilhão, os aportes estrangeiros na indústria de veículos registraram aumento deUS$ 2,4 bilhões emdois anos, chegando aos US$ 14,5 bilhões de 2018. Apenas neste ano, em dados do pri- meiro trimestre, eles passaramde US$ 2,5 bilhões. Como os executivos das filiais não se cansamde recordar, emumpassadomais distante a situação era completamente di- ferente: no auge da grande crise financeira internacional, deflagrada em2008, eramas montadoras daqui que socorriamseus con- troladores nos mercados desenvolvidos. De 2008 a 2011 mais de US$ 19 bilhões em lucro obtido em operações brasileiras foram transferidos aos cofres das matrizes. Quando a crise trocou de lado as remes- sas das filiais – que, na falta de balanços financeiros locais, funcionamcomo indica- dor da saúde financeira das multinacionais instaladas no País – simplesmente definha- ram. Em 2016 chegaram à mínima em 14 anos: US$ 111 milhões. Na avaliação de Essle, da A.T. Kearney, omaior problema é que a dependência do capital internacional cresceu nomomento em que as próprias matrizes estão com seus caixas pressionados por investimen- tos acima do normal devido ao necessário desenvolvimento de carros elétricos e autô- nomos. A situação, entende o especialista, colocamais pressão para que os negócios voltem a dar retorno no Brasil. “A paciência vai se esgotando a cada trimestre que o Brasil não gera caixa. Sob a perspectiva da corrida tecnológica não faz sentidomandar umcheque embranco para o Brasil produzir carros a combustão interna quando o restante do mundo está emumperíodo de transição de tecnologia”, alega Essle. Para o consultor caso as montadoras brasileiras não consigam sair desse ciclo não será uma surpresa se alguma grande companhia do setor resolver fechar suas portas por aqui. “Temo que isso possa acontecer por- que a realidade uma hora se impõe. Se o negócio seguir deficitário em algum momento decisões difíceis precisarão ser tomadas.” SEM SAÍDA A nova geração de plataformas globais obriga as fabricantes a produzi-las aqui como parte de suas estratégias mundiais, estejam as vendas no País em alta ou em baixa. Fugir dessa realidade agora seria suicídio mercadológico. Divulgação/Renault

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