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6 » LENTES Julho 2019 | AutoData Com André Barros, Leandro Alves e Marcos Rozen Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br HISTÓRIA ORIGINAL É óbvio que o setor automotivo requer, no Brasil, mecanismos que evitem a conhecida exportação de impostos, calculados hoje em 15%, e, assim, tornem a operação mais competitiva. A primeira ideia seria dar caráter racional à enxurrada de dinheiro que se paga todos os dias a vários títulos – de maneira geral tributos, que englobam impostos, taxas, emolumentos, o escambau –, o que desaguaria numa boa reforma tributária. Outra, mais habitual por aqui, é tratar de criar arremedos de quebra-galho para perder menos com o processo de exportação e ainda receber algum gerado por créditos de ICMS em mãos de governos estaduais. HISTÓRIA ORIGINAL 2 Num fórum de exportações promovido pelo diário O Estado de S. Paulo em São Paulo, em 12 de junho, estes temas flutuaram pela plateia na forma de palavras de alguns dos debatedores, como Carlos Zarlenga, presidente da GM América do Sul – que certamente sabia do que falava. Para ele o Programa Reintegra, de 2011, um incentivador de exportações, deveria ser majorado dos atuais 0,1% e voltar aos 3% originais – isto seria uma espécie de ponte à espera de uma reforma tributária e daria algum fôlego aos projetos de exportações do setor de veículos. Como se sabe apenas para a Argentina, este ano, haverá quebra de 296 mil unidades exportadas, mas Zarlenga acena com vendas externas de pelo menos de 800 mil a 1 milhão de unidades adicionais num ano cheio com Reintegra melhorzinho. Seria bom para todos e o emprego ganharia novas vagas no setor. HISTÓRIA ORIGINAL 3 Esta encrenca guarda solução que cabe ao Ministério da Economia, que tem alergias múltiplas toda vez que ouve falar em facilitações ao setor produtivo, principalmente o industrial. Na verdade, hoje, o Executivo não é, exatamente, interlocutor fraterno da indústria. O pessoal, lá, acredita que a indústria já recebeu toda a sua dose possível de benesses, favores, facilitações. Estas são realidades dadas, mas lá no Fórum de Exportação do Estadão seus participantes foram testemunhas de algo jamais ouvido: Zarlenga, pesaroso por repassar imposto via exportação onerada para os cidadãos do Chile, por exemplo, propôs que o custo fosse transferido para os consumidores do Brasil, do seu próprio mercado interno, na forma de mais imposto. É, provavelmente, a história mais original que já ouvi em 47 anos de profissão. COMPLIANCE Teria falhado o compliance da Ford na última semana de junho?: presidente e vice, diretores e pessoal de nível gerencial viajaram no mesmo vôo para o lançamento da Ranger 2020, em Mendoza, Argentina.
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