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14 FROM THE TOP » WILSON LIRMANN, VOLVO Julho 2019 | AutoData “Seria mais coerente que caminhões novos, que poluem menos, pagassem menos IPVA. E não o contrário, como hoje.” rá a dinâmica de certas regiões, como aconteceu no Mato Grosso mesmo, com a abertura do tronco ferroviário de Rondonópolis. Ali as viagens rodoviárias ficarammais curtas, porém aumentou o volume transportado. Há décadas fala-se em renovação da frota de caminhões. Será que isso sairá algum dia? A necessidade existe, nossa frota tem idademédia de quase 20 anos. Do ponto de vista econômico faz todo sentido. Par- ticipamos dos debates em torno desse tema, e nossa posição é a de que sub- sídios e incentivos não naturais acabam por se tornar problemáticos. Existem exemplos disso nomundo, como na Co- lômbia, onde o programa de renovação de frota travou o mercado por muitos anos porque era de alta complexidade, difícil de controlar. Seria mais coeren- te que caminhões novos, que poluem menos, pagassem menos IPVA e não o contrário, como ocorre hoje. A arre- cadação não cairia: em vez do imposto ser regressivo seria progressivo confor- me a idade do veículo. Não precisamos reinventar a roda. Além disso qualquer veículo mais antigo, e não só os cami- nhões, podem rodar, mas devem ter condições para isso, ou seja, precisamos de uma inspeção veicular séria. O uso dessas duas ferramentas representaria uma renovação de frota automática. Umconcorrente direto daVolvo trabalha no País comuma lógica produtivamuito direcionada para as exportações. Vocês pretendem fazer algo parecido? Eles têm um footprint industrial no mundo diferente do nosso. Nossa plan- ta de Curitiba atende toda a América Latina exceto o México, que é atendido pela fábrica dos Estados Unidos, ao contrário deste concorrente, que não atua no mercado estadunidense. Nossa planta é, sim, dedicada às exportações também, temos investimentos de lon- go prazo em mercados da América Latina como Argentina, Chile, Peru e Colômbia. No ano mais agudo da cri- se exportamos 45% do nosso volume produtivo. E hoje esse índice está em quanto? 35%, e isso sem perder volumes, apenas alternando o mix. A Volvo é lucrativa na região? Não estamos no nível ideal considerando o longo prazo, mas tivemos resultados positivos a partir da saída da crise. O senhor espera ser rentável quando? Sempre (risos) . A rentabilidade é impor- tante. Estamos envolvidos em uma sé- rie de questões, desde a forma como conduzimos o negócio, geramos valor em toda a cadeia e também para a so- ciedade. Temos uma série de projetos de responsabilidade social e investimen- tos para desenvolver soluções cada vez mais eficientes. Sem um nível de lucra- tividade adequado isso acaba por ser comprometido. Na Europa já vemos uma tendência clara apontando para caminhões elétricos. O senhor vê algum espaço para isso na América Latina? Não tenho dúvida que isso acontecerá na América Latina também. Conforme o volume mundial crescer a curva de custo diminuirá. Já temos uma demanda grande em alguns mercados como o

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