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9 AutoData | Junho 2019 Divulgação/DR LOGO SEM BRILHO Muitas empresas do setor automotivo têm montado equipes, na área de comunicação social, quase que estritamente dedicadas ao varejo e às mídias sociais, muitas vezes subordinadas ao marketing – e este tipo de atitude se estende, também, à escolha de suas assessorias de imprensa. O fator determinante é a busca de resultados para ontem, como se diz, e pode vir a ser miopia conjugada com astigmatismo que custará caro no futuro. Ou seja: um tiro no pé, um tiro de lupara no joelho. Significa deixar para segundo, terceiro plano o trabalho institucional da comunicação. LOGO SEM BRILHO 2 Deixar de lustrar o logotipo, digamos, certamente o tornará empoeirado. E sabemos que logotipos encardidos geralmente não têm salvação, pois é difícil, e demora um bocado, refazer relacionamento aceitável com a mídia. Ou, quem sabe, nem a mídia existirá. CUSTO BRASIL? O Departamento de Comunicação de uma empresa fabricante de veículos fez as contas: é muito mais barato contratar um funcionário, e arcar com todos os encargos trabalhistas, do que pagar fee mensal a uma agência de comunicação para manter um profissional terceirizado em trabalho interno. As regras internas não permitem, porém, fazer esta contratação. Questão de head count... AMARELO PISCANTE 4 Cabe aí mais uma observação pertinente, referente à crescente defasagem dos preços dos veículos, corrigidos abaixo dos índices de inflação. Se fosse só isto, quem sabe, não? Mas há algo mais: os preços dos insumos industriais crescem com frequência, muitas vezes acima da inflação, e há, também, a obrigatoriedade de novos itens regulados por Contran e Denatran, custos que conspiram, igualmente, contra as margens de rentabilidade. AMARELO PISCANTE 5 E é esforço quase vão tratar de correr, agora, atrás do mercado de exportação num mundo produtor que gera grande excedente de veículos – como diz o jornalista André Barros, editor da Agência AutoData, “exportação é programa permanente e não quebra-galho diante de rentabilidade em baixa”. A solução aparente, acredito, será a disposição das matrizes de investir aqui de maneira direta – exatamente aquilo que, dizem elas, não têm nem disposição nem condições de fazer diante das novidades personificadas por fábricas 4.0, veículos híbridos e elétricos e autônomos, tecnologia da mobilidade, inteligência artificial et caterva.

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