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8 » LENTES Junho 2019 | AutoData Com André Barros e Leandro Alves Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br PREPARADOS PARA A INSIGNIFICÂNCIA? É claro que o pessoal que forçou a virada da Anfavea para práticas eleitorais, digamos, mais amplas pode festejar o literal enterro do antigo e tradicional rodízio das cinco grandes na presidência pois provavelmente jamais acontecerá novamente. Mas o que não se sabe é a sua, desse pessoal, ideia para as sucessões seguintes, inclusive a da atual administração – e atrás dessa questão poderá vir a se mostrar uma daquelas realidades tão inesperadas quanto o desarrolhamento da garrafa de Pandora e o surgimento do gênio. É o desconhecido vindo puxar pelo pé dos rebeldes. PREPARADOS PARA A INSIGNIFICÂNCIA? 2 Pois, a não ser que a entidade demonstre muita eficiência e muitíssima eficácia no trato dos assuntos comuns de suas empresas associadas, corre o risco natural de defecções e de virtual perda de importância, de poder e de influência – como acontece, exatamente hoje em dia, com a federal CNI e com a estadual Fiesp. Estariam os ditos rebeldes preparados para isto, para a insignificância?, num golpe disparado de onde menos se espera? AMARELO PISCANTE Profissionais mais bem informados do setor automotivo, ligados a empresas europeias, estadunidenses, do Japão e da Coreia – não sei nada das chinesas – já avisaram suas matrizes, montadoras e fabricantes de autopeças: com dois, três anos difíceis à frente que não esperem por resultados aceitáveis gerados na região. Poderá haver desempenhos no azul ali e aqui mas nada que represente uma razoável salvação da lavoura. Portanto amarelo piscante será a luz desta estação de caça que promete se estender até 2021. AMARELO PISCANTE 2 O primeiro dado levado em consideração na análise desses profissionais é a expectativa de que a economia, afinal, não crescerá aquilo que dela se ansiou à base de rezas, de Rivrotil e de promessas de o País se livrar do petismo: parece que uma coisa não deve à outra. Os indicadores principais – consulte o crescimento do setor de papelão ondulado para embalagens, por exemplo, ou o do nível de empregos, veja a evolução do PIB e o crescimento previsto para a agricultura, 0,1% – mostram queda ou tendência de estagnação. Na microeconomia aplicada ao setor de veículos o sistema de vendas diretas, 48% do total no janeiro-abril corrente, aponta para brutal pressão nas margens das empresas fabricantes, e isto significa prejuízo ou lucro vergonhoso de tão baixo pelo padrão da operação. AMARELO PISCANTE 3 A outra coisa ruim da equação é a crise pela qual passa a Argentina, cuja receita econômica foi indicada, aqui, com extrema simpatia, a nós, pouco antes de a presidente eleita ser esvurmada do cargo. Esta crise, lá, torna precária a maior utilização das capacidades das fábricas de veículos brasileiras, forçando ainda mais ao, no médio prazo, prejuízo da venda direta. É processo no qual tenta-se manter as rodas girando a qualquer custo. Vem daí frase óbvia, de observador sagaz, que ninguém conta a ministros e a governadores corretores de imóvel: “É fato peculiar, incomum, na nossa história: a expansão das vendas não corresponde ao desempenho financeiro das empresas”.

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