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8 » LENTES Agosto 2018 | AutoData MARKETING X IMPRENSA E RP É um confronto inútel, como o diria o clássico Wilbur, personagem descoberto por Luiz Augusto Michelazzo em andanças por aí, pois são áreas de tarefas específicas no planejamento de empresas e de entidades. Mas a verdade é que o pessoal de marketing e assemelhados cada vez mais avança na direção de tomar as rédeas dos negócios na área de imprensa e de relações públicas. É notável o que se ouve de reclamações de profissionais da imprensa com relação ao atendimento das assessorias no dia-a-dia de trabalho, estas já espremidas por, digamos, leis gerais geradas por gente de marketing. Um grande erro, por exemplo, me parece, é a não participação de fabricantes de veículos em salões... de veículos. MARKETING X IMPRENSA E RP 2 É ainda ali, nos corredores dos salões, que é renovado o amor das pessoas por carros de forma geral, é ali que os olhos ficam esgazeados por uma forma e outra e o coração bate mais forte diante de um motor obra de arte. É ali, nos espaços dos salões, que de tempos em tempos se realiza o conúbio mor institucional do homem com a máquina. Mais: vale muito aquela convivência do pessoal das assessorias com os jornalistas em torno do rei Carro – é uma convivência que junta e une esses profissionais, com óbvios bons resultados ao longo de anos. A ideia é a de que o tal do rei esteja sempre no imaginário das pessoas alimentado pelo editorial. Afinal, se não fosse boa ideia não seriam realizados há mais de cem anos. MARKETING X IMPRENSA E RP 3 Mais: recente trabalho da consultoria Accenture, O Novo Concessionário, Projetado para Mim: Onde as Experiências Digitais e Físicas Atendem às Expectativas do Futuro Cliente, diz que 45% dos motoristas entrevistados “desejam que os serviços sejam integrados à sua vida diária mas não querem ir pessoalmente a uma oficina ou a um representante do concessionários”. Importante: no entanto “ainda querem manter o contato humano: um lugar onde fisicamente possam se envolver com o veículo que cobiçam e receber conselhos de especialistas” – que melhor lugar do que um salão do automóvel? Mas o pessoal do custo-benefício, que é cheio de ideias novas, deve considerar quase nulos os benefícios diante dos custos e prefere aplicar a bufunfa da companhia em outras formas de promoção e vendas. Essa pode ser mais uma daquelas reinvenções da roda e o resultado, como já se viveu antes, são tiros nos pés. São mais uns pechisbeques na ordem do dia – alguém ainda será debochado por causa disto, entrará para as histórias mequetrefes que o setor não esquece. Perde-se, no caso, uma relação construída cuidadosamente, de objetivos específicos, mensuráveis, de trocas razoáveis. Refazer essas redes de comunicação é tarefa de anos, e jornalistas, geralmente, têm memória afiada.

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