AD 347

60 Agosto 2018 | AutoData GENTE » EXECUTIVOS iniciou série de especulações. Quatro dias depois veio a notícia de sua morte em comunicado da Exor, holding financeira que controla a maioria do capital da FCA, via John Elkann, herdeiro da família Ag- nelli. Assim como por ocasião do afasta- mento nenhum pormenor foi informado, acompanhado de pedido de respeito à privacidade familiar. E nesse pequeno intervalo Alfredo Altavilla, cotado como um dos possíveis sucessores de Marchionne na FCA, deixou a empresa de forma abrupta. Não foram reveladas oficialmente a causa da morte ou a realização de qual- quer cerimônia: apenas uma missa na Catedral de Turim, na Itália, uma semana depois. Outra missa em sua homenagem foi agendada para 27 de setembro na sede estadunidense da FCA em Auburn Hills, Michigan. De acordo com a imprensa italiana Marchionne sofreu uma embolia durante cirurgia em um hospital de Zurique, na Suíça. O hospital confirmou um procedi- mento cirúrgico e reveloumais tarde que o executivo se tratava de uma “enfermidade séria” ali há um ano. Mas, novamente, nada além disso foi revelado, o que ajudou a alimentar as dúvidas perante as circuns- tâncias de sua morte – que possivelmente nunca serão definitivamente esclarecidas. O quadro incitou algumas queixas de acionistas, e diante destas a FCA declarou oficialmente que a empresa desconhecia o quadro de saúde de Marchionne e que soube da situação crítica apenas naquele mesmo sábado, 21 de julho. Marchionne deixa no topo de sua lista de legados a própria FCA, união da Fiat com a Chrysler que ele sonhou agregaria também a General Motors, durante a crise que afetou de forma gravíssima as duas montadoras estadunidenses em 2009. Ainda que não tenha conseguido com- pletar totalmente sua estratégia, a ação do executivo salvou a Chrysler da falência certa e deu alma nova à Fiat – que um pouco antes ele também resgatara de situação financeira dramática. O processo de unificação das duas companhias foi visto com ceticismo incontáveis vezes, mas Marchionne mostrou que sua aposta estava correta. Como resultado, elemudou a escala global de forças da indústria. Prova cabal de sua visão e capacidade, o executivo atuou no setor automotivo apenas nos últimos quinze anos: chegou à Fiat em 2003 sem qualquer experiência na área. Ele tinha 66 anos. QUEM PODERIA IMAGINAR? Esta foto do Salão de Genebra de 2014 ganhou contorno fortemente histórico e dramático neste 2018: da esquerda para a direita Manley, Elkann, Renegade, Marchionne e Altavilla

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=