AD 347

45 AutoData | Agosto 2018 peração, indica Alan Frizeiro, gerente de vendas de ônibus da Scania Brasil: “Houve represamento de renovação de frota e uma parte desse volume apareceu neste ano, puxando os números para cima”. Do lado dos encarroçadores a Marco- polo também está sentindo a retomada nas vendas. “Houve reação. Temos ob- servado, por exemplo, bom desempenho com os veículos destinados ao programa Caminho da Escola”, explica Rodrigo Pi- kussa, diretor do Negócio Ônibus. “O único segmento que ainda não melhorou foi o urbano. É um setor que atravessa momen- to muito difícil financeiramente falando.” Para a Volare a aceleração do seg- mento de fretamento e turismo se in- tensificou este ano: “Crescemos cerca de 30% no primeiro semestre” celebra João Paulo Pohl Ledur, seu diretor. NÃO É BOLHA Os próximos meses podem confirmar o bom momento aventado pela maior parte dos executivos do setor. “Acredito que o segundo semestre deverá crescer porque há expectativa de volume con- siderável para licitações públicas, com chances de evolução de 15% a 20%”, cal- cula Jorge Carrer, da MAN. O programa de ônibus escolares e as licitações têm potencial para seis mil ônibus negociados, gerando impacto significativo no volume total de vendas. “Não é uma bolha, é algo que começou há algum tempo e que poderia registrar Mesmo com a maior licitação do País, a da cidade de São Paulo, pendente no Tribunal de Contas do Município, o setor de ônibus urbanos continua evoluindo. Foi o que apresentou a feira Lat.Bus & Transpúblico 2018, que reuniu as principais encarroçadoras e montadoras de ônibus durante três dias de exposição e seminários no fim de julho, na própria cidade de São Paulo. O presidente da Fabus, Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus, Antônio Fernandes Martins, demonstrou otimismo com o desempenho do mercado neste ano. “Estimamos para o fechamento do ano algo em torno de 25% de crescimento.” Ajudará este índice a Refrota, linha de crédito com recursos do FGTS para financiamento de ônibus urbanos. “Com os R$ 3 bilhões desse programa seria possível comprar oito mil ônibus urbanos. E isso está sendo colocado em prática”, assegurou Martins. Otávio Vieira da Cunha Filho, presidente da NTU, Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, avalia que o represamento da renovação de frota nos últimos anos é a explicação para a drástica queda da demanda – por seus cálculos, 25% a menos nos últimos quatro anos. O dirigente também alimenta boas expectativas com o Refrota, “que permite compras com taxas mais atrativas, prazo de amortização de oito anos e até dois anos de carência. Há ônibus rodando que ainda não foi pago, e isso dará fôlego para as empresas se recuperarem”. SP atrapalha, mas... Divulgação/Marcopolo “A exportação passará a representar papel determinante: há muitos negócios represados. A expectativa é crescer ainda mais que os 15% do primeiro semestre.” Rodrigo Pikussa, da Marcopolo

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=