AD 347

35 AutoData | Agosto 2018 Esta é uma tendência muito forte, que deve se ampliar ainda mais. É um processo que traz consigo uma dualidade: se de um lado é saudável observar um aumento do poder pessoal do cidadão, do consumidor, de outro pode resultar em uma predominância de informações de entretenimento em detrimento das jornalisticamente relevantes, com consequente perda de qualidade e, no pior caso, disseminação de fake news. A comunicação empresarial deve se aliar cada vez mais ao bom jornalismo, sério e de credibilidade, como um antídoto a este risco. Atualmente vivemos uma transformação no jornalismo em geral, com redes sociais e perfis pessoais ocupando espaços antes exclusivos da imprensa tradicional. Em sua opinião este cenário deve prosseguir? O que poderá acontecer no futuro da comunicação empresarial? O sr. escreveu um livro sobre nomofobia, dependência do uso de sistemas de comunicação via smartphones. De que forma esta patologia pode afetar o desempenho profissional das pessoas? A Nomofobia é um fenômeno recente, decorrente do avanço das tecnologias de comunicação digital e da enorme atratividade das redes sociais. O distúrbio, cuja denominação tem origem na expressão em inglês ‘no mobile’, provoca ansiedade e desconforto diante da indisponibilidade de acesso aos smartphones ou de conexão à internet. O livro aborda a dualidade de enormes benefícios na utilização destes dispositivos e, de outra parte, o risco de seu uso excessivo, que pode levar o individuo a se afastar de suas relações presenciais. As empresas estão involuntariamente alimentando este processo? Podem de alguma forma ajudar a evitá-lo? O sr. pretende continuar atuando profissionalmente na área de comunicação da indústria automotiva ou estuda prestar serviços em outros segmentos empresariais? A atividade profissional pode estimular o indivíduo a intensificar o uso destes aparelhos, sob o pretexto de estar bem informado em um ambiente tão dinâmico como o que vivemos atualmente. Acredito que, mesmo nos beneficiando tanto com estas tecnologias, é necessário estabelecer janelas de desconexão ao longo do dia, para nos dedicarmos mais aos relacionamentos presenciais e de afeto. Talvez as empresas possam contribuir com seus profissionais apresentando mais informações sobre estes riscos e, ao mesmo tempo, estimulando períodos e atividades livres do uso destes equipamentos. Após duas décadas atuando no segmento automotivo é inegável que, além de uma boa experiência, eu tenha desenvolvido grande carinho pelo setor, por seus profissionais e pela maneira tão estimulante desta área se desenvolver. Mas acredito também que as profundas transformações que vivemos nos dias atuais, e que impactam empresas nas mais diferentes áreas, exigem que um profissional de comunicação esteja preparado para contribuir nos mais diversos segmentos, para ajudar organizações a fazer frente às novas demandas da sociedade e dos consumidores. 3 6 5 4

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