AD 347

27 AutoData | Agosto 2018 Um fator muito celebrado da nova política automotiva foi a redução do IPI para veículos elétricos e híbridos. Mas há aí uma pegadinha: a nova tabela não altera praticamente nada no curto prazo. Seus efeitos serão sentidos somente em algum momento futuro, quando as novas metas de eficiência energética provavelmente forçarem as montadoras a lançar alguns destes veículos no mercado local, mesmo que importados, para jogar suas médias para baixo. O que ocorreu foi que o governo fez um escalonamento para a redução do IPI – cuja alíquota hoje é de 13% para híbridos e de 25% para elétricos. A partir de 1º. de novembro, finda a noventena, o IPI para híbridos vai variar de 9% a 20% e de elétricos de 7% a 18%, dependendo da relação eficiência energética versus peso. A pegadinha: O Ford Fusion Hybrid, vice-líder em vendas, sequer terá isso, pois continuará sendo taxado em 13%. Nos elétricos o cenário é o mesmo: nenhuma mudança em curto prazo porque oficialmente não existe nenhum modelo elétrico à venda no varejo por uma grande montadora no País atualmente. O BMW i3, que o seria, não é assim considerado pelas regras federais por contar com um motor a combustão, ainda que este sirva apenas para carregar a bateria e não para ajudar no impulso do veículo. Por conta disso ele paga IPI de carro híbrido – e seu imposto deverá até subir na nova tabela. Segundo o Inmetro seu índice de eficiência energética é 1,71 MJ/km e seu peso 1,3 mil quilos, o que equivale a 17% de alíquota. O i8, também BMW e híbrido, salta para 19%. Procurada, a BMW não quis comentar. A boa novidade mesmo fica por conta de um benefício adicional para os híbridos que utilizem tecnologia flex na parte a combustão: estes terão um desconto extra de 2 pontos porcentuais do imposto, independente da faixa em que estejam situados dentro da tabela. Novamente não há aqui ganho imediato, vez que não existe nenhum modelo deste ainda à venda nem no Brasil nem no mundo, mas este incentivo deverá concretizar sua chegada. A pegadinha da nova tabela do imposto para híbridos e elétricos o Toyota Prius, híbrido mais vendido do País, paga hoje 13% e com a nova tabela pagará 12%, ou seja, uma redução mínima.

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